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Ações tentam barrar BrT-Oi
Fittel orienta sindicatos dos telefônicos a entrar com medidas judiciais nos Estados
Motivo alegado é que fusão das teles acabaria criando
monopólio privado no setor;
empresas não comentam iniciativa dos sindicatos
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Sindicatos de telefônicos de
vários Estados preparam um
arrastão judicial para questionar a venda da Brasil Telecom
para a Oi. O movimento foi articulado pela Fittel (Federação
Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) em
reunião realizada há duas semanas em Brasília.
O Sinttel do Rio Grande do
Sul foi o primeiro a pôr a medida em prática. Entrou com representação no Ministério Público Federal, alegando que a
união das duas teles criará um
monopólio privado, o que dificultaria ao poder público garantir o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, e a competição no mercado, previstos na Lei Geral de
Telecomunicações.
O procurador da República
José Osmar Pumes, de Porto
Alegre, abriu inquérito civil público para apurar o impacto do
negócio sobre a competição no
mercado, e suposta ilegalidade
nos contratos firmados entre
os acionistas da BrT, da Oi e o
banco Credit Suisse.
O procurador requisitou cópia dos contratos assinados, no
final de abril. Os contratos são
sigilosos, mas, segundo o procurador, não há sigilo para o
Ministério Público Federal.
A Oi anunciou que pagará R$
5,8 bilhões por 60,5% do capital
votante e 22,28% das ações preferenciais da Brasil Telecom
Participações. A compra é condicionada à mudança do Plano
Geral de Outorgas, que depende de decreto do presidente Lula. O contrato estipula que a Oi
pagará multa de R$ 490 milhões à BrT se a compra não se
efetivar até 19 de dezembro ou
até abril do ano que vem.
O Sinttel da Paraíba informou à Folha que entrou com
representação no Ministério
Público Federal, em João Pessoa, nos mesmos termos apresentados pelo sindicato do Rio
Grande do Sul.
Pelo menos mais três sindicatos (Acre, Mato Grosso do
Sul e Distrito Federal) previam
entrar com ações semelhantes
até amanhã. O Sinttel do Amazonas e do Espírito Santo informou que suas diretorias têm
reuniões marcadas para esta
semana para examinar os termos da representação.
Dos 22 sindicatos associados
à Fittel, apenas o do Rio de Janeiro se opõe declaradamente
à iniciativa proposta pela Fittel. O presidente do sindicato,
Luiz Antonio Souza da Silva,
diz que prefere negociar com as
empresas e com o governo a
criação de contrapartidas para
os empregados e para os usuários a usar o caminho judicial.
Além do movimento articulado dos sindicatos, há uma
ação popular na 8ª Vara da Justiça Federal em Fortaleza contra a compra da BrT pela Oi. O
autor é o advogado José Carlos
Mororó, de Fortaleza.
Outro lado
Brasil Telecom, Oi e Anatel
não quiseram comentar a iniciativa dos sindicatos nem a
ação na Justiça em Fortaleza.
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