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TRABALHO
Em Brasília e no Maranhão, as agências do BB devem ficar fechadas hoje; na Caixa Econômica, paralisação prossegue
Acaba greve do Banco do Brasil em 17 Estados
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os funcionários do Banco do
Brasil de 16 Estados -São Paulo,
Rio de Janeiro, Santa Catarina,
Paraná, Rio Grande do Sul, Minas
Gerais, Espírito Santo, Mato
Grosso, Alagoas, Piauí, Pará, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Rio
Grande do Norte e Ceará- aprovaram ontem a nova proposta salarial da instituição e decidiram
encerrar a greve que durou três
dias e afetou agências de 19 capitais do país.
Na Paraíba, os funcionários rejeitaram a proposta, mas suspenderam a greve. O atendimento deve voltar ao normal a partir de hoje nesses locais.
Já em Brasília e no Maranhão,
os empregados do BB decidiram
manter a greve.
Na Caixa Econômica Federal, a
paralisação teve adesão de funcionários de mais oito localidades e
atingiu ontem 17 Estados, informa a Confederação Nacional dos
Bancários (CNB-CUT). A tendência é a continuidade da greve,
uma vez que não há negociação
prevista com a direção da Caixa.
Em São Paulo, a decisão de voltar ao trabalho nas agências do
Banco do Brasil foi aprovada por
cerca de dois terços dos 2.100 funcionários que participaram da assembléia ontem à noite. No interior do Estado, o fim da greve foi
aprovado em Campinas, Rio Claro, Jundiaí, Presidente Prudente e
São Carlos.
A nova proposta do Banco do
Brasil prevê reajuste salarial de
12,6% a todos os funcionários
-mesma correção aprovada pelos bancários do setor privado. Na
oferta anterior, o BB propunha
reajuste escalonado entre 6,14% e
promoções salariais para parte
dos funcionários. Segundo o banco, 75% dos empregados receberiam 12,6%.
"Havia 40 anos o Banco do Brasil não negociava com seriedade e
recorria à Justiça do Trabalho para conceder o reajuste. Essa proposta também põe fim à prática
de pagar reajustes escalonados
que ocorria há pelo menos 20
anos", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, João Vaccari.
Na proposta aprovada, o banco
também aumentou de R$ 150 para R$ 200 o valor da cesta alimentação. O abono (R$ 1.500) e a participação nos lucros (40% do salário mais R$ 325 fixos) foram mantidos como na proposta anterior.
Segundo os bancários, a instituição propôs ainda acabar com o
banco de horas. Nas agências com
até dez funcionários, o BB vai pagar as horas extras em dinheiro.
Nas com mais de dez empregados, o banco paga metade das horas extras trabalhadas e converte a
outra metade em folgas.
A Folha apurou que a decisão
de manter a greve em Brasília foi
motivada por um racha na direção do sindicato. O novo comando da entidade será eleito no próximo ano, e a oposição à atual diretoria conseguiu adesão para rejeitar a nova proposta.
Intervenção
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o ministro-chefe da Casa
Civil, José Dirceu, intervieram ontem para tentar acabar logo com a
greve dos funcionários do BB e da
Caixa. O governo orientou os dois
bancos oficiais a melhorar a contraposta à reivindicação dos trabalhadores.
Dirceu convocou uma reunião
de emergência às 13h de ontem
com outros ministros e quatro
parlamentares petistas com trânsito no sindicalismo bancário. A
Folha apurou que foi uma avaliação consensual o temor de um
efeito dominó no funcionalismo
caso não fosse dada solução imediata à greve.
Também preocupou o governo
o fato de os dois bancos oficiais
serem peças fundamentais do pagamento de benefícios sociais
-até o final do mês o governo
lança o Bolsa-Família, programa
de unificação de benefícios.
Caixa
Sem nova negociação agendada
com a direção da Caixa, os empregados da instituição vão manter a
paralisação nas agências. Estão
parados 35 mil dos 56 mil funcionários do país, avalia a CNB.
O Sindicato dos Bancários de
São Paulo informou que 50 das
180 agências na capital, Osasco e
região permaneceram fechadas.
Uma passeata na região central de
São Paulo reuniu cerca de mil
funcionários -eles saíram do
Complexo São João, onde existem
nove agências, em caminhada até
a sede do Ministério da Fazenda,
na avenida Prestes Maia.
De acordo com a assessoria da
Caixa, a greve afetou ontem 9,3%
das 2.000 agências no país. O funcionamento foi parcial em 37,9%
dos pontos de atendimento e normal em 52,8% das agências.
A Caixa ofereceu reajuste nos
salários de 12,6% -correção de
5% em parte dos complementos
salariais, como o piso de mercado
(espécie de comissão)-, abono
de R$ 1.500 e participação nos lucros de 80% do salário e R$ 650 fixos. A cesta alimentação proposta
é de R$ 80 -e não R$ 200, como
querem os empregados.
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