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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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PETRÓLEO

BNDES reavaliará estaleiro

Empréstimo ameaça construção de navios

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A construção de quatro superpetroleiros pelo estaleiro Eisa para a Transpetro, subsidiária da Petrobras, corre o risco de não se concretizar após a compra do controle do estaleiro pela Marítima, empresa que tem um contencioso jurídico de US$ 2,5 bilhões com a Petrobras.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), financiador dos navios, vai reavaliar a capacidade do estaleiro antes de liberar o dinheiro.
Ontem, após almoçar com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, disse, por intermédio da assessoria de imprensa, que a operação só será concretizada se a Marítima "oferecer garantias sólidas".
"Pensei que tudo estivesse resolvido. Aparentemente, não está", disse Lessa à noite. Segundo ele, a decisão de comprar ou não os navios cabe à Transpetro. O BNDES quer apenas garantias de que receberá o dinheiro. "Banco tem de receber e ponto."
Lessa afirmou que, independentemente da situação do Eisa, o governo já decidiu que os navios serão construídos no Brasil -os quatro licitados e pelo menos outros sete que estão para ser encomendados.
Em relação aos navios do Eisa, o grupo Jurong Shypyard, de Cingapura, antigo dono do estaleiro, seria o garantidor do financiamento já aprovado pela diretoria do banco. Os navios custarão US$ 244 milhões, dos quais 90% seriam financiados pelo BNDES.
Nos últimos três anos a Petrobras e a Marítima estão se enfrentando na Justiça por causa de problemas em contratos envolvendo a construção de plataformas marítimas.
O diretor-geral da Marítima, Moacyr Guimarães, disse que a empresa resolverá todos os problemas e o Eisa construirá os navios para a Transpetro. Segundo ele, o Jurong decidiu desistir de dar as garantias prometidas porque a área jurídica da empresa concluiu que havia exigências "não usuais".


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