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PETRÓLEO
BNDES reavaliará estaleiro
Empréstimo ameaça construção de navios
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A construção de quatro superpetroleiros pelo estaleiro Eisa para a Transpetro, subsidiária da
Petrobras, corre o risco de não se
concretizar após a compra do
controle do estaleiro pela Marítima, empresa que tem um contencioso jurídico de US$ 2,5 bilhões
com a Petrobras.
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), financiador dos navios,
vai reavaliar a capacidade do estaleiro antes de liberar o dinheiro.
Ontem, após almoçar com o
presidente da Transpetro, Sérgio
Machado, o presidente do
BNDES, Carlos Lessa, disse, por
intermédio da assessoria de imprensa, que a operação só será
concretizada se a Marítima "oferecer garantias sólidas".
"Pensei que tudo estivesse resolvido. Aparentemente, não está", disse Lessa à noite. Segundo
ele, a decisão de comprar ou não
os navios cabe à Transpetro. O
BNDES quer apenas garantias de
que receberá o dinheiro. "Banco
tem de receber e ponto."
Lessa afirmou que, independentemente da situação do Eisa, o
governo já decidiu que os navios
serão construídos no Brasil -os
quatro licitados e pelo menos outros sete que estão para ser encomendados.
Em relação aos navios do Eisa, o
grupo Jurong Shypyard, de Cingapura, antigo dono do estaleiro,
seria o garantidor do financiamento já aprovado pela diretoria
do banco. Os navios custarão US$
244 milhões, dos quais 90% seriam financiados pelo BNDES.
Nos últimos três anos a Petrobras e a Marítima estão se enfrentando na Justiça por causa de problemas em contratos envolvendo
a construção de plataformas marítimas.
O diretor-geral da Marítima,
Moacyr Guimarães, disse que a
empresa resolverá todos os problemas e o Eisa construirá os navios para a Transpetro. Segundo
ele, o Jurong decidiu desistir de
dar as garantias prometidas porque a área jurídica da empresa
concluiu que havia exigências
"não usuais".
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