São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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INDÚSTRIA

Mudança na política cambial abriu o caminho para projetos de exportação

País passou a plataforma de vendas em 99

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a mudança da política cambial, em 1999, o Brasil entrou na rota das plataformas de exportação das multinacionais. Além do câmbio, o que tem atraído essas empresas é o fato de o país ser o 9º PIB mundial por paridade de poder de compra, segundo classificação do Banco Mundial.
A Unilever, por exemplo, decidiu em 2000 instalar sua terceira fábrica mundial de sabonetes Dove -as outras são nos EUA e na Alemanha. Com capacidade para produzir 12 mil toneladas anuais, a fábrica instalada em Valinhos (SP) exporta 3.000 toneladas por ano para a América Latina. O fato de ter custos e escalas competitivas, segundo a empresa, determinou a escolha do país.
Hoje, segundo Mario Mugnaini, secretário-executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), "não é só a política interna das multinacionais que as leva a colocar plataformas exportadoras no país". "O Brasil tem atrativos que nos permitem disputar investimentos com outros países."
Segundo Mugnaini, "estabilidade econômica, inflação estável, mão-de-obra abundante e de qualidade e um parque industrial desenvolvido, capaz de fornecer matérias-primas e componentes, atraem projetos". Ele cita como um exemplo a decisão da alemã Continental, a maior fabricante mundial de pneus, de instalar uma fábrica no Brasil.
Há alguns dias, a empresa deu início às obras da nova unidade, em Camaçari, na Bahia, onde vai investir US$ 260 milhões. Ali, a partir de 2006, serão produzidos 6 milhões de pneus para automóveis e 700 mil para veículos de carga, por ano -70% irão para os EUA, o Canadá e o México.
Segundo a empresa, Camaçari foi escolhida entre dez opções. De acordo com Renato Sarzano, superintendente para a América Latina, o que pesou foi "a localização estratégica, a estabilidade política, a qualidade da mão-de-obra e a infra-estrutura logística". (SB)


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