São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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Empresas investem em pesquisas e tecnologia

DA REPORTAGEM LOCAL

As plataformas de exportação não se confundem com projetos de multinacionais para explorar mão-de-obra barata, como ocorria no passado.
"Elas incluem investimentos, treinamento, desenvolvimento de tecnologia, formação de fornecedores locais e são um ganho para o país", diz Antonio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet.
A Motorola, por exemplo, tem no Brasil sua base de exportação mundial de tecnologia TDMA para telefonia celular. TDMA é a sigla, em inglês, para acesso múltiplo por divisão de tempo, tecnologia capaz de transformar os sinais analógicos de voz em dados digitais.
É o sistema usado nos EUA e está presente em 35 países e territórios das Américas. "O Brasil foi o primeiro país a desenvolver software para telefonia celular TDMA, fora dos EUA", diz Luis Carlos Cornetta, presidente da Motorola Brasil. "Nosso interesse é o desenvolvimento do conhecimento", acrescenta.
A empresa está investindo US$ 7 milhões para desenvolver softwares para telefonia móvel, em parceria com quatro instituições de pesquisa e universidades brasileiras. "A intensão é investir muito mais, pois o Brasil tem grande potencial de desenvolvimento de software", diz Cornetta. Segundo ele, a Lei de Informática é um fator de estímulo ao setor.
A fábrica da Motorola, inaugurada em 1996 em Jaguariúna (SP), foi concebida para ser a única unidade produtiva da empresa abaixo da linha do Equador, segundo Cornetta. É a base de exportação para o Mercosul e outros países.
De janeiro a julho deste ano a empresa exportou US$ 194,5 milhões. No ano passado, as vendas externas totalizaram US$ 526 milhões. "A produção de Jaguariúna tem um planejamento mundial: abastecer primeiro o Brasil, exportar para o Mercosul e destinar os excedentes de produção para completar a demanda de outras unidades da Motorola na Venezuela, EUA, China e México."

Novos negócios
O país tem atraído novos negócios na área de tecnologia. A Sony Ericsson começou a fabricar celulares no país no mês passado, por meio de um acordo com a Flextronics, a maior empresa de fabricação terceirizada no país.
Inicialmente serão fabricados dois modelos, com tecnologia GSM, sigla para "global system for mobile communications" (sistema global de comunicação móvel). É o sistema digital para telefonia celular predominante na Europa. Um dos modelos, o T237, terá sua produção voltada para o mercado latino-americano.
Outra empresa que quer reforçar sua base exportadora no país é a HP Brasil. A empresa já é base de produção de servidores e impressoras para a América do Sul. Mas segundo Hugo Valério, diretor de assuntos corporativos da empresa, o país perdeu competitividade em notebooks, por exemplo, devido às regras do Mercosul, que exigem o uso de componentes de fabricação local.
A empresa quer pegar carona na meta do governo de exportar US$ 2 bilhões, até 2007, em softwares e serviços de tecnologia da informação. (SB)


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