São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 2006

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Montadoras ampliam investimento

No Salão do Automóvel, Fiat confirma novos recursos de R$ 3 bilhões, e Renault, de R$ 800 milhões

Anfavea espera que os novos investimentos reduzam a capacidade ociosa no país, de 1,4 milhão de carros

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Apesar das queixas contra o câmbio e os juros, montadoras confirmaram novos investimentos no país na abertura para a imprensa do 24º Salão de São Paulo. A Renault confirmou um investimento de 300 milhões (pouco mais de R$ 800 milhões) na fábrica de São José dos Pinhais (PR) até 2009. A Fiat, ao apresentar o carro-conceito Car Concept Adventure, confirma o investimento de R$ 3 bilhões até 2008 -parte também foi investida na Idea Adventure, outro destaque da empresa no Anhembi.
"Planos já foram anunciados, e suas metas não foram atendidas, mas hoje falamos com transparência", afirma o presidente da Renault do Brasil, Jérôme Stoll. Com cinco novos carros fabricados no Brasil até 2009, ele pretende alcançar 106 mil unidades vendidas daqui a três anos. A unidade brasileira, que nunca deu lucro, espera apresentar margem positiva também em 2009 e o ponto de equilíbrio, um ano antes.
Baseado no plano geral do grupo Renault -batizado de Contrato 2009-, a filial brasileira também pretende fazer a "lição de casa" colocando o Mégane entre os três primeiros da categoria em qualidade e serviço (tendo de enfrentar concorrentes como Honda e Toyota). O primeiro lançamento chega no fim de novembro: a Mégane Grand Tour, que ainda tem expectativa de vendas comedida. A Renault espera conquistar 2% do mercado, o que significa emplacar 5.000 unidades em 2007.
Esperando contratar mais 650 funcionários, a Renault vai construir um centro de engenharia e de design, algo que a Fiat já tem. Além dos produtos apresentados no Anhembi, ela vai gastar seu dinheiro na produção de novos veículos. Não há confirmação oficial, mas, no próximo ano, ela lançará o Grande Punto e a nova geração do Palio, uma das ausências mais sentidas no Salão de São Paulo, ao lado do Toyota Corolla bicombustível, que chega no próximo ano.
O presidente da Fiat, Cledorvino Bellini, espera aumentar suas vendas graças à queda da taxa de juros. Ele acredita que o Banco Central vá reduzir a Selic para 10% em 2007, contra os atuais 14,25%.
A Citroën espera expandir sua participação de 27 mil vendas neste ano para 45 mil em 2007 ampliando sua rede de concessionárias. Atualmente com 77 pontos-de-venda -e 82 até dezembro-, a empresa quer chegar às 120 revendas em 2010. Para tanto, ampliará sua atuação em cidades como Palmas (TO), Feira de Santana (BA) e Juiz de Fora (MG).
Sem revelar detalhes, a Ford quer crescer ainda mais com seu EcoSport. A partir de novembro, ele também poderá ser equipado com câmbio automático. Dona de 12% do mercado brasileiro, a montadora aposta em acordos internacionais para crescer, em especial na América Latina. Seu jipinho é vendido em países como o México, a Argentina e o Chile, onde tem 5% de participação. Do México traz o sedã Fusion, que a surpreendeu com mais de 4.000 vendas desde julho.
Todos esses investimentos devem ajudar a reduzir a ociosidade do parque industrial brasileiro. Segundo Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a capacidade ociosa no Brasil é de 1,4 milhão de carros, e há capacidade para produção de outros 400 mil carros na Argentina. Neste ano, deve ser vendido 1,9 milhão de veículos.


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