São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ENCONTRO EM OTTAWA

Ministros apelam para que combate ao terror não barre livre comércio

G-20 reafirma globalização

MARCIO AITH
ENVIADO ESPECIAL A OTTAWA

Os atentados de 11 de setembro colocaram roupa nova nas velhas divergências entre países ricos, nações emergentes e manifestantes antiglobalização.
Ao abrirem ontem no Canadá os encontros anuais do FMI, do Banco Mundial e do G-20, os ministros das Finanças dos EUA e do Canadá fizeram uma defesa veemente da globalização e apelaram para que o combate ao terrorismo não sirva como obstáculo ao avanço da liberalização financeira e comercial.
Enquanto isso, um pequeno grupo de manifestantes antiglobalização entrou em choque com a polícia e quebrou vidros de uma loja do McDonald's no centro de Ottawa.
"Precisamos descobrir uma forma de impedir que os atentados sejam usados como barreira à globalização", disse o ministro das Finanças do Canadá, Paul Martin, coordenador do G-20, o grupo formado em 1998 pelos sete países mais ricos do mundo e por 13 nações emergentes.
A reunião anual do FMI e do Banco Mundial deveria ter ocorrido em Washington em outubro, mas foi cancelada por causa dos ataques terroristas. O encontro do G-20, cancelado pela mesma razão em outubro, seria realizado na Índia.
A decisão de transferir os dois eventos para o Canadá teve como objetivo mostrar que os organismos multilaterais e as autoridades econômicas dos países mais importantes teriam voltado à sua rotina habitual.
"Os desafios de antes de 11 de setembro ainda existem, mas a situação mudou", disse Martin. "Hoje, embora nossa prioridade seja chegar a um acordo para combater o financiamento do terrorismo, não podemos permitir que o controle de fronteiras se transforme em barreira não-tarifária."
O FMI e autoridades de países como o Brasil, o Canadá e os EUA divulgaram declarações, artigos e documentos pedindo aos países que combatam com mais vigor todas as formas de financiamento ao terrorismo. O presidente do BC brasileiro, Armínio Fraga, faria um discurso sobre o assunto num jantar das autoridades monetárias.


Texto Anterior: Vizinho em crise: Produção industrial da Argentina despenca 9,8%
Próximo Texto: Economia de guerra: Produção nos EUA cai pelo 13º mês
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.