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ENCONTRO EM OTTAWA
Ministros apelam para que combate ao terror não barre livre comércio
G-20 reafirma globalização
MARCIO AITH
ENVIADO ESPECIAL A OTTAWA
Os atentados de 11 de setembro colocaram roupa nova nas
velhas divergências entre países
ricos, nações emergentes e manifestantes antiglobalização.
Ao abrirem ontem no Canadá
os encontros anuais do FMI, do
Banco Mundial e do G-20, os
ministros das Finanças dos
EUA e do Canadá fizeram uma
defesa veemente da globalização e apelaram para que o combate ao terrorismo não sirva como obstáculo ao avanço da liberalização financeira e comercial.
Enquanto isso, um pequeno
grupo de manifestantes antiglobalização entrou em choque
com a polícia e quebrou vidros
de uma loja do McDonald's no
centro de Ottawa.
"Precisamos descobrir uma
forma de impedir que os atentados sejam usados como barreira
à globalização", disse o ministro
das Finanças do Canadá, Paul
Martin, coordenador do G-20, o
grupo formado em 1998 pelos
sete países mais ricos do mundo
e por 13 nações emergentes.
A reunião anual do FMI e do
Banco Mundial deveria ter
ocorrido em Washington em
outubro, mas foi cancelada por
causa dos ataques terroristas. O
encontro do G-20, cancelado
pela mesma razão em outubro,
seria realizado na Índia.
A decisão de transferir os dois
eventos para o Canadá teve como objetivo mostrar que os organismos multilaterais e as autoridades econômicas dos países mais importantes teriam
voltado à sua rotina habitual.
"Os desafios de antes de 11 de
setembro ainda existem, mas a
situação mudou", disse Martin.
"Hoje, embora nossa prioridade
seja chegar a um acordo para
combater o financiamento do
terrorismo, não podemos permitir que o controle de fronteiras se transforme em barreira
não-tarifária."
O FMI e autoridades de países
como o Brasil, o Canadá e os
EUA divulgaram declarações,
artigos e documentos pedindo
aos países que combatam com
mais vigor todas as formas de financiamento ao terrorismo. O
presidente do BC brasileiro, Armínio Fraga, faria um discurso
sobre o assunto num jantar das
autoridades monetárias.
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