São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Plano do governo faz aposta em milagre , diz consultor

Ao apostar todas as suas fichas somente no aumento de 5% do PIB para cobrir as despesas, sem cortar gastos ou mexer na Previdência, o presidente Lula corre o risco de ver a economia, no seu segundo mandato, ter um desempenho tão pífio quanto no primeiro. Para o país crescer, será necessário o governo atacar as despesas com custeio e Previdência.
Especialista em contas públicas, o economista Raul Velloso diz que o governo tenta desafiar as leis da economia ao querer fazer o país crescer sem promover uma redução dos gastos. "Pode ser até que ocorra um milagre e o país cresça 5% [ao ano], mas milagres são muito difíceis de acontecer", afirma o economista.
O fato é que o governo está confiando exclusivamente na expansão de 5% para obter a redução da relação da despesa sobre o PIB. Ou seja, todo o ajuste está concentrado no denominador. O problema, segundo Raul Velloso, é que o denominador -o PIB- só vai corresponder às expectativas se o governo mexer no numerador -as despesas.
Para o economista, Lula deveria aproveitar o capital político conquistado por ele após a reeleição para promover as mudanças necessárias, como a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria e outros cortes de despesas. "O governo não pode se esquecer que esse capital político acaba", diz.
Há uma unanimidade entre os economistas, hoje, de que, para o país crescer a taxas de 5% ao ano, é fundamental uma alta significativa da taxa de investimento, hoje estacionada em cerca de 20% do PIB. O Brasil precisa aumentá-la em, no mínimo, quatro pontos percentuais para iniciar uma nova fase de crescimento sustentável.
O essencial é que o governo abra espaço para o setor privado ter confiança na economia e que aumente seus investimentos, já que o nível, tanto do setor público quanto do capital estrangeiro, tem reduzido nos últimos anos.

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATES
A Cacau Show inaugura, na próxima semana, em São Paulo, sua nova fábrica. Com investimentos de R$ 15 milhões e 17.000 m2, o empreendimento amplia a produção da marca para 16 milhões de trufas por mês, com a incorporação de uma máquina que produz 1 t de chocolate por hora. "Fizemos essa fábrica com "lay-out" voltado para diminuir os custos, para ter mais espaço para expansão e para aumentar a produtividade", diz Alexandre Costa, 36, que fundou a marca há 18 anos com apenas 18 anos de idade e US$ 500 emprestados de um tio. "O plano agora é chegar a mil lojas até 2010", afirma. Hoje, a Cacau Show tem 295 lojas (95% são franquias), está presente em 20 Estados e 165 municípios.

Negócio esportivo do Brasil ainda é prematuro

Considerado um guru do marketing esportivo, o inglês Michael Stirling, desembarcou nesta semana no Rio para o fórum internacional de patrocínio esportivo "O Esporte como Plataforma de Comunicação -Lições para o Pan". Stirling, que viaja por diversos países apresentando possibilidades de negócios para gerar receitas através do patrocínio, vem falar dos riscos e oportunidades de investimentos esportivos no país. Para ele, o mercado brasileiro é muito peculiar e merece ser estudado a fundo. "No Brasil, o futebol não é um estilo de vida. O futebol é vida. Não é possível importar modelos europeus, é preciso adequá-los", diz. Segundo ele, o país oferece oportunidades, mas a infra-estrutura ainda é prematura.

FRIEDMAN
Armínio Fraga, ex-BC, não conheceu pessoalmente Milton Friedman, mas acha que o economista deixa um legado de consistência e respeito, mesmo para aqueles que não concordem com todas as suas posições. "Friedman foi uma espécie do que foi o Roberto Campos no Brasil na defesa das causas liberais", diz Armínio. "Vai deixar saudades."

REFORMAS
O economista Luciano Coutinho, cotado para ocupar vaga nos ministérios, comanda, na próxima quarta, em Brasília, o seminário "Reformas e Políticas de Pessoal do Setor Público". Na pauta, custeio para melhoria da gestão pública.

MIGRAÇÃO
A conta da Assolan mudou de mãos. Saiu da Africa e migrou para a MPM.

RÉVEILLON
O SindRio (sindicato de hotéis, bares e restaurantes) estima que, neste ano, 385 mil turistas circularão pelo Rio, durante a semana do Ano Novo, 10% a mais do que em 2005. Segundo o sindicato, a ampliação da oferta de hospedagens, festas e queimas de fogos na cidade aumentam o número de visitantes durante o Réveillon. O sindicato também calcula que os turistas, 70% deles brasileiros, geram uma receita de cerca de R$ 60 milhões com gastos em lazer, transporte, compras e alimentação.

BORBULHAS
Para as festas de fim de ano, a Moët & Chandon lança no Brasil a edição limitada do espumante Crystallized, que chega ao país neste mês. Conhecida como "estrela da noite", a garrafa é cravejada com cristais Swarovski e tem série limitada. Há duas versões -uma de 1,5 l e outra de 750 ml.


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