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Deflação nos EUA reduz temores sobre os juros
Preços recuam 0,5%, após Fed indicar possível alta
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
Um dia depois de o Fed (o
banco central dos EUA) ter sinalizado a possibilidade de novas altas dos juros básicos da
economia americana, o governo americano divulgou que o
CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) ficou
abaixo do esperado.
Com a queda no custo de
energia, o índice teve retração
de 0,5%, mais que o estimado
pelo mercado, que esperava recuo de 0,3%. A deflação de outubro foi a primeira registrada
em um mês em comparação ao
anterior desde o ano passado.
Excluindo alimentos e energia -itens mais voláteis, que
variam sazonalmente-, o núcleo do índice de preços subiu
0,1% em outubro, menor avanço em 13 meses. Analistas estimavam alta de 0,2% para a medida. Os preços de energia caíram 7% no mês passado. No
ano, o índice está em baixa de
1,5%, segundo taxa anual ajustada sazonalmente. Alimentos
e bebidas registraram alta de
0,3% em outubro, contra avanço de 0,4% em setembro.
Na terça, outro indicador de
inflação, o PPI (índice de preços ao produtor, na sigla em inglês), já havia mostrado recuo.
A queda de 1,6% no mês passado no indicador foi a maior
desde outubro de 2001. O núcleo do índice, que exclui os
preços de energia e alimentos,
mais voláteis, caiu 0,9%, maior
tombo desde agosto de 1993.
O resultado da inflação de
outubro foi recebido com otimismo por analistas e investidores de Wall Street, e as Bolsas
subiram (leia à pág. B10). A
pressão menor dos preços pode
levar o Fed a manter a pausa
nos juros, hoje em 5,25% ao
ano. Após um ciclo de altas de
dois anos, interrompido em
agosto, o banco central já cogitava novos aumentos para conter a alta dos preços. Embora a
economia americana venha desaquecendo de forma moderada, o cenário afasta o temor de
que os EUA estejam rumando
para uma recessão.
"A economia americana continua gerando números contraditórios entre seus inúmeros
indicadores. Essa relativa desordem de tendências não permite que se vislumbre quais os
próximos passos que o Fed irá
adotar", avalia em relatório a
corretora de câmbio NGO.
Relatório do governo mostra
estabilização do mercado de
trabalho. O número de concessões de auxílio-desemprego
caiu para 308 mil na semana
passada, ante 310 mil na semana anterior, e a produção industrial subiu 0,2% em outubro, menos que o esperado.
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