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Meirelles defende as metas de inflação
Presidente do Banco Central rebate críticos e diz que que regime de metas permitiu superação da crise financeira
Torós falou no mesmo
evento da instituição
no Rio pouco antes do
anúncio de sua saída da
diretoria do Banco Central
Marco Antonio Cavalcanti/O Globo
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Mario Torós, que deixou a diretoria do Banco Central, em evento sobre os 30 anos da taxa Selic
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que o regime de
metas de inflação mostrou-se
adequado para o enfrentamento da crise econômica no Brasil
e rebateu os críticos do sistema
durante a abertura de seminário do BC no Rio, do qual participou por videoconferência.
"Alguns analistas mais afoitos e menos informados chegaram a dizer que o regime de metas não seria suficiente para
permitir a superação da crise.
No entanto, os dados de atividade mais recentes mostram
enfaticamente que esse é um
regime extremamente adequado para enfrentar crises", disse
ele em evento sobre os 30 anos
da taxa Selic.
Meirelles ressaltou ainda que
o país foi bem-sucedido na separação da gestão de liquidez e
da gestão de política monetária.
Para ele, isso permitiu uma
atuação mais eficaz na crise.
O evento também contou
com a participação do até então
diretor de Política Monetária
do Banco Central, Mario Torós,
cuja saída do cargo foi anunciada no início da noite. Durante
toda a tarde, ele evitou jornalistas e se recusou a comentar o
mal-estar causado por uma entrevista ao jornal "Valor Econômico", na qual revelou bastidores da ação do BC na crise.
Em palestra no seminário,
ele afirmou que o diagnóstico
correto da crise permitiu ao governo tomar as medidas adequadas para sua mitigação.
"No momento em que a economia precisava de liquidez,
ela não podia esperar pela taxa
de juros. Havia um "credit
crunch" [uma crise de crédito],
e combater um "credit crunch"
só com a taxa de juros era um
movimento que não fazia sentido naquele momento", disse
Torós. Ele lembrou que, para lidar com essa situação, o Banco
Central injetou liquidez em
moeda nacional e estrangeira.
Entre as medidas adotadas estão a redução dos compulsórios
bancários (parcela dos depósitos recolhida ao Banco Central)
e a realização de leilões de venda de dólares.
Segundo ele, as medidas contribuíram para a normalização
do mercado de crédito no país.
De acordo com dados do BC, a
média diária da concessão de
crédito entre março e setembro
de 2009, de R$ 7,1 bilhões, é
igual à verificada de janeiro a
setembro do ano passado, período que antecedeu o agravamento da crise.
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