|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Próxima safra é uma incógnita, preveem analistas
DA REDAÇÃO
O cenário para a próxima safra será uma incógnita. Além da
redução da área plantada, algumas lavouras estão com problemas fitossanitários. O excesso
de chuva com a ocorrência de
muito calor prejudica o desenvolvimento das plantas.
A avaliação é de Carlos Alberto Salvador, do Deral (Departamento de Economia Rural), da
Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Paraná.
Dulphe Pinheiro Machado
Neto, da Emater/RS (Empresa
de Assistência Técnica e Extensão Rural), diz que houve um
atraso geral nas lavouras no Rio
Grande do Sul, devido ao frio.
"Mas, apesar do preço, os gaúchos devem semear a mesma
área do ano passado", diz ele.
O cultivo do produto deve
ocorrer em pequenas áreas,
com produtores utilizando menos tecnologia. O cultivo permanece nessas áreas porque
faz parte da tradição das famílias e, neste ano, os custos estão
menores.
Machado diz, no entanto, que
as margens de ganho dos produtores estão apertadas.
Os preços mínimos do feijão
estipulados pelo governo são de
R$ 80 por saca, mas a média de
negociações deste ano no Paraná foi de R$ 64 para o produto
de cor e R$ 62 para o preto. No
Rio Grande do Sul, a saca esteve
a R$ 64,50 em outubro.
O feijão teve boa valorização
no ano passado porque o mercado estava com pouca oferta.
Os estoques iniciais da safra
2007/8 eram de apenas 80 mil
toneladas. Na safra 2009/10
são de 390 mil toneladas, segundo a Conab.
A safra de feijão de 2009/10
está prevista em 3,6 milhões de
toneladas e o consumo ficará
próximo desse volume.
O governo incentivou o plantio -dando um preço mínimo
de R$ 80 por saca-, fez AGF
(Aquisição do Governo Federal) e PEP (plano de escoamento) de 115 mil toneladas, mas a
grande oferta e a qualidade de
parte do produto, prejudicada
pela chuva, provocaram a queda nos preços.
Uma recuperação de preços
para cerca de R$ 100 por saca
faria com que todos ganhassem. O produtor receberia
mais, as redes de varejo manteriam as margens de ganho
-porque não baixaram quando
os preços do produto caíram-
e os consumidores não teriam
de pagar mais, segundo Vlamir
Brandalizze, analista do setor.
Pesquisa da Folha indicou
que a saca do carioquinha era
negociada ontem a R$ 66,90,
em média.
(KD e MZ)
Texto Anterior: Agrofolha Feijão boliviano derruba preço do nacional Próximo Texto: Frase Índice
|