São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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Próxima safra é uma incógnita, preveem analistas

DA REDAÇÃO

O cenário para a próxima safra será uma incógnita. Além da redução da área plantada, algumas lavouras estão com problemas fitossanitários. O excesso de chuva com a ocorrência de muito calor prejudica o desenvolvimento das plantas.
A avaliação é de Carlos Alberto Salvador, do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
Dulphe Pinheiro Machado Neto, da Emater/RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), diz que houve um atraso geral nas lavouras no Rio Grande do Sul, devido ao frio. "Mas, apesar do preço, os gaúchos devem semear a mesma área do ano passado", diz ele.
O cultivo do produto deve ocorrer em pequenas áreas, com produtores utilizando menos tecnologia. O cultivo permanece nessas áreas porque faz parte da tradição das famílias e, neste ano, os custos estão menores.
Machado diz, no entanto, que as margens de ganho dos produtores estão apertadas.
Os preços mínimos do feijão estipulados pelo governo são de R$ 80 por saca, mas a média de negociações deste ano no Paraná foi de R$ 64 para o produto de cor e R$ 62 para o preto. No Rio Grande do Sul, a saca esteve a R$ 64,50 em outubro.
O feijão teve boa valorização no ano passado porque o mercado estava com pouca oferta. Os estoques iniciais da safra 2007/8 eram de apenas 80 mil toneladas. Na safra 2009/10 são de 390 mil toneladas, segundo a Conab.
A safra de feijão de 2009/10 está prevista em 3,6 milhões de toneladas e o consumo ficará próximo desse volume.
O governo incentivou o plantio -dando um preço mínimo de R$ 80 por saca-, fez AGF (Aquisição do Governo Federal) e PEP (plano de escoamento) de 115 mil toneladas, mas a grande oferta e a qualidade de parte do produto, prejudicada pela chuva, provocaram a queda nos preços.
Uma recuperação de preços para cerca de R$ 100 por saca faria com que todos ganhassem. O produtor receberia mais, as redes de varejo manteriam as margens de ganho -porque não baixaram quando os preços do produto caíram- e os consumidores não teriam de pagar mais, segundo Vlamir Brandalizze, analista do setor.
Pesquisa da Folha indicou que a saca do carioquinha era negociada ontem a R$ 66,90, em média. (KD e MZ)


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