São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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TRABALHO

Estudo aponta mudanças na estrutura das famílias em São Paulo

Desemprego do marido leva mulher ao mercado

DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento crescente do desemprego entre os chefes de família na região metropolitana de São Paulo e a queda no rendimento, reflexos da crise econômica, estão empurrando as mulheres para o mercado de trabalho.
Uma consequência disso é que quintuplicou o número de famílias chefiadas por mulheres, segundo estudo divulgado ontem pela Fundação Seade. "Como o marido está sem emprego, ela é a provedora do sustento econômico", diz Paula Montagner, gerente de análises da Fundação Seade.
Entre os casais com filhos (com ou sem parentes), 0,4% era o total chefiado por mulheres no período de 88 e 89. Esse percentual subiu para 2%, segundo estudo feito entre 2000 e 2001.
Também foi registrado crescimento da chefia feminina entre as mulheres casadas e sem filhos -a proporção subiu de 1,2% para 2,8% nesse intervalo.
Já a presença de mulheres no comando de famílias com apenas um chefe (famílias monoparentais) aumentou de 86,2% para 89,1%. A configuração das famílias também mudou, segundo o levantamento. Houve redução do número médio de filhos -passou de 2,4 para 2, devido à queda na fecundidade.
Aumentaram também a proporção de famílias com um único chefe -de 11,9% em 88 e 89 para 16,1% em 2000 e 2001- e as chamadas famílias unipessoais (com apenas uma pessoa), que passaram de 6,6% para 10,2%.

Desemprego
A taxa de desemprego entre as mulheres de 35 a 49 anos subiu 130,4% nos últimos 12 anos - passou de 6,9%, entre 88 e 89, para 15,9%, em 2000 e 2001.
Em relação à renda familiar, as mulheres que mais sofreram os impactos nos salários foram as que comandam famílias com um único chefe. O rendimento nesse caso diminuiu nos últimos 12 meses 25,2% -de R$ 468 (em 88/89) para R$ 350 (em 200/2001).

Impedimento menor
Para Paula, uma das surpresas da pesquisa foi o fato de a presença de filhos pequenos impedir cada vez menos a participação das mulheres no mercado de trabalho. Entre as mulheres jovens casadas, com filhos de até um ano de idade, a taxa de participação no mercado de trabalho aumentou expressivamente -passou de 31,6% para 44,6% no período pesquisado.


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