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TRABALHO
Estudo aponta mudanças na estrutura das famílias em São Paulo
Desemprego do marido leva mulher ao mercado
DA FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
O aumento crescente do desemprego entre os chefes de família
na região metropolitana de São
Paulo e a queda no rendimento,
reflexos da crise econômica, estão
empurrando as mulheres para o
mercado de trabalho.
Uma consequência disso é que
quintuplicou o número de famílias chefiadas por mulheres, segundo estudo divulgado ontem
pela Fundação Seade. "Como o
marido está sem emprego, ela é a
provedora do sustento econômico", diz Paula Montagner, gerente
de análises da Fundação Seade.
Entre os casais com filhos (com
ou sem parentes), 0,4% era o total
chefiado por mulheres no período de 88 e 89. Esse percentual subiu para 2%, segundo estudo feito
entre 2000 e 2001.
Também foi registrado crescimento da chefia feminina entre as
mulheres casadas e sem filhos -a
proporção subiu de 1,2% para
2,8% nesse intervalo.
Já a presença de mulheres no
comando de famílias com apenas
um chefe (famílias monoparentais) aumentou de 86,2% para
89,1%. A configuração das famílias também mudou, segundo o
levantamento. Houve redução do
número médio de filhos -passou de 2,4 para 2, devido à queda
na fecundidade.
Aumentaram também a proporção de famílias com um único
chefe -de 11,9% em 88 e 89 para
16,1% em 2000 e 2001- e as chamadas famílias unipessoais (com
apenas uma pessoa), que passaram de 6,6% para 10,2%.
Desemprego
A taxa de desemprego entre as
mulheres de 35 a 49 anos subiu
130,4% nos últimos 12 anos -
passou de 6,9%, entre 88 e 89, para 15,9%, em 2000 e 2001.
Em relação à renda familiar, as
mulheres que mais sofreram os
impactos nos salários foram as
que comandam famílias com um
único chefe. O rendimento nesse
caso diminuiu nos últimos 12 meses 25,2% -de R$ 468 (em 88/89)
para R$ 350 (em 200/2001).
Impedimento menor
Para Paula, uma das surpresas
da pesquisa foi o fato de a presença de filhos pequenos impedir cada vez menos a participação das
mulheres no mercado de trabalho. Entre as mulheres jovens casadas, com filhos de até um ano
de idade, a taxa de participação
no mercado de trabalho aumentou expressivamente -passou de
31,6% para 44,6% no período pesquisado.
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