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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Elétrica informa que liberou ações da AES Tietê para fazer parte de empresa em sociedade com o banco

AES anuncia acordo com BNDES, que nega

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

A AES anunciou ontem que fechou o acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para equacionar a dívida de US$ 1,3 bilhão que o grupo norte-americano tem com o banco.
O principal obstáculo para o acordo, a liberação das ações da AES Tietê, dadas em garantia a uma dívida de US$ 300 milhões a bancos americanos, foi removido. O presidente da empresa, Mark Green, assinou na segunda-feira à noite os últimos documentos necessários à liberação das ações.
A informação foi transmitida à assembléia de acionistas da AES Tietê, realizada ontem em São Paulo, pelo seu vice-presidente, Demóstenes Barbosa da Silva. "A direção da empresa informou aos acionistas presentes à assembléia, que o acordo com o BNDES havia sido fechado e que os procedimentos para liberar as ações da Tietê também haviam sido concluídos", diz Roberto Matias, diretor do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, acionista minoritário da AES Tietê.
Com a liberação das ações da Tietê, a empresa estaria livre para integrar a Novacom, a nova empresa que controlará as distribuidoras de energia do grupo -Eletropaulo e AES Sul- e as geradoras AES Tietê e AES Uruguaiana.
Um memorando de entendimento firmado em setembro estabelece que o BNDES terá 50% menos uma ação da Novacom.
Ontem o vice-presidente da AES Corp., Joseph Brandt, que comanda as negociações com o BNDES, confirmou que as negociações com o banco foram concluídas. "Chegamos a um acordo comercial e as negociações acabaram. Agora muitos papéis têm que ser preparados para documentar o acordo", disse Brandt em entrevista à agência Reuters.
Segundo a empresa, a redação final do acordo está sendo analisada pelas áreas jurídicas do banco e da AES.

BNDES nega
O BNDES nega que o acordo com a AES já esteja fechado. Apesar de admitir que houve avanços nas negociações, o BNDES só irá declarar o acordo fechado quando toda a papelada tiver sido assinada. O prazo para o fechamento do acordo é 22 de dezembro.
O impasse, segundo o banco, continua sendo a transferência das ações da AES Tietê para a Novacom. Segundo pessoas ligadas à negociação, a AES não conseguiu o aval dos credores para transferir a Tietê para a Novacom e fez uma contraproposta ao banco. Por essa proposta, o BNDES aumentaria sua participação na Novacom para 53,85% do capital total.
De acordo com o que a Folha apurou, a AES anunciou o fechamento do acordo porque necessita dar uma satisfação aos credores em relação a uma série de dívidas que estão amarradas ao desfecho do entendimento com o BNDES. São dívidas tanto da AES Corp. como da Eletropaulo e que estão em fase de repactuação.
Amanhã vence o prazo para a Eletropaulo acertar o alongamento de sua dívida de R$ 2,3 bilhões que vence até 2005 com um grupo de 35 bancos. O prazo inicial era segunda-feira passada, mas, segundo a empresa, a pedido dos bancos ele foi dilatado.
O alongamento dessa dívida é premissa para que a empresa se habilite ao programa do BNDES de capitalização das distribuidoras de energia elétrica. A Eletropaulo suspendeu neste ano o pagamento da dívida.


Colaboraram Guilherme Barros, editor do Painel S.A., e a Folha Online


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