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CURTO-CIRCUITO
Elétrica informa que liberou ações da AES Tietê para fazer parte de empresa em sociedade com o banco
AES anuncia acordo com BNDES, que nega
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
A AES anunciou ontem que fechou o acordo com o BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para
equacionar a dívida de US$ 1,3 bilhão que o grupo norte-americano tem com o banco.
O principal obstáculo para o
acordo, a liberação das ações da
AES Tietê, dadas em garantia a
uma dívida de US$ 300 milhões a
bancos americanos, foi removido.
O presidente da empresa, Mark
Green, assinou na segunda-feira à
noite os últimos documentos necessários à liberação das ações.
A informação foi transmitida à
assembléia de acionistas da AES
Tietê, realizada ontem em São
Paulo, pelo seu vice-presidente,
Demóstenes Barbosa da Silva. "A
direção da empresa informou aos
acionistas presentes à assembléia,
que o acordo com o BNDES havia
sido fechado e que os procedimentos para liberar as ações da
Tietê também haviam sido concluídos", diz Roberto Matias, diretor do Sindicato dos Eletricitários de Campinas, acionista minoritário da AES Tietê.
Com a liberação das ações da
Tietê, a empresa estaria livre para
integrar a Novacom, a nova empresa que controlará as distribuidoras de energia do grupo -Eletropaulo e AES Sul- e as geradoras AES Tietê e AES Uruguaiana.
Um memorando de entendimento firmado em setembro estabelece que o BNDES terá 50%
menos uma ação da Novacom.
Ontem o vice-presidente da
AES Corp., Joseph Brandt, que
comanda as negociações com o
BNDES, confirmou que as negociações com o banco foram concluídas. "Chegamos a um acordo
comercial e as negociações acabaram. Agora muitos papéis têm
que ser preparados para documentar o acordo", disse Brandt
em entrevista à agência Reuters.
Segundo a empresa, a redação
final do acordo está sendo analisada pelas áreas jurídicas do banco e da AES.
BNDES nega
O BNDES nega que o acordo
com a AES já esteja fechado. Apesar de admitir que houve avanços
nas negociações, o BNDES só irá
declarar o acordo fechado quando toda a papelada tiver sido assinada. O prazo para o fechamento
do acordo é 22 de dezembro.
O impasse, segundo o banco,
continua sendo a transferência
das ações da AES Tietê para a Novacom. Segundo pessoas ligadas à
negociação, a AES não conseguiu
o aval dos credores para transferir
a Tietê para a Novacom e fez uma
contraproposta ao banco. Por essa proposta, o BNDES aumentaria sua participação na Novacom
para 53,85% do capital total.
De acordo com o que a Folha
apurou, a AES anunciou o fechamento do acordo porque necessita dar uma satisfação aos credores
em relação a uma série de dívidas
que estão amarradas ao desfecho
do entendimento com o BNDES.
São dívidas tanto da AES Corp.
como da Eletropaulo e que estão
em fase de repactuação.
Amanhã vence o prazo para a
Eletropaulo acertar o alongamento de sua dívida de R$ 2,3 bilhões
que vence até 2005 com um grupo
de 35 bancos. O prazo inicial era
segunda-feira passada, mas, segundo a empresa, a pedido dos
bancos ele foi dilatado.
O alongamento dessa dívida é
premissa para que a empresa se
habilite ao programa do BNDES
de capitalização das distribuidoras de energia elétrica. A Eletropaulo suspendeu neste ano o pagamento da dívida.
Colaboraram Guilherme Barros, editor
do Painel S.A., e a Folha Online
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