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São Paulo, sábado, 18 de janeiro de 2003

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INDÚSTRIA

Em 11 das 12 regiões pesquisadas, houve alta em novembro de 2002

Agro e petróleo puxam produção

BONANÇA MOUTEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Empurrada pela extração de petróleo, o crescimento das exportações e a agroindústria, a produção industrial cresceu em 11 dos 12 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em novembro de 2002 na comparação com o mesmo mês de 2001. Apenas Santa Catarina registrou retração (3,5%).
A indústria brasileira geral cresceu 4,6%, mas a performance no ano ainda é modesta: aumento de 2,1% entre janeiro e novembro do ano passado e 1,4% nos 12 meses terminados em novembro.
De acordo com os dados do IBGE divulgados ontem na Pesquisa Industrial Mensal Regional, São Paulo manteve o fôlego observado em outubro, ao ampliar a produção em 1,4%. No acumulado do ano, porém, o volume produzido pelo maior parque industrial do país encolheu 1,8% e, nos últimos 12 meses, 2,2%.
Mariana Martins Rebouças, gerente de análise do Departamento de Indústria do IBGE, disse que a indústria paulista foi sustentada pelo incremento das vendas do setor automobilístico observado entre outubro e novembro.
"Foi um movimento com características de migração de ativos financeiros para ativos reais", afirmou. Nos primeiros meses do ano, o mercado esteve praticamente parado.
Espírito Santo teve um crescimento destacado: 38,9% em novembro. Segundo Rebouças, a entrada em operação de um grande campo petrolífero fez disparar a produção capixaba.
No acumulado do ano, o crescimento do Espírito Santo chega a 11,3%, praticamente empatando com o Estado do Rio, que soma 11,2% no período.
Em novembro, porém, o desempenho do Rio foi mais modesto: 6,4%, também baseado na indústria petrolífera.
Rebouças disse que a indústria vem sendo favorecida por um movimento simultâneo de substituição de importações e maior volume de exportações.
"O aumento da produção da indústria petrolífera e de alguns setores como papel e celulose confirmam essa tendência [de substituição de importações"."
O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, disse, porém, que não vê sustentação no crescimento da indústria. Em sua avaliação, o aumento dos juros e a queda do rendimento dos consumidores já influenciaram as vendas de final de ano.
Ele prevê ainda arrefecimento das exportações por conta da redução nas vendas de produtos agrícolas.


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