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PROGRAMA LIVRE
Presidente da Microsoft tenta mudar posição do governo sobre troca de Windows por software gratuito
Bill Gates quer encontrar Lula em Davos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Microsoft está fazendo campanha para marcar uma reunião
entre Bill Gates, diretor-presidente da empresa, e o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva para tratar da
questão do software livre no Brasil, disse a agência Reuters. Buscando reduzir gastos, o país tem
promovido o software de código
aberto, como o Linux, como alternativa ao Windows da Microsoft.
O encontro desejado por Gates
seria durante o Fórum Econômico Mundial, na próxima semana
em Davos (Suíça). Lula já confirmou participação.
O governo federal vem encorajando órgãos a mudar para o Linux ou programas semelhantes
para evitar o pagamento de pesadas licenças de uso do Windows.
"O Brasil não ganharia nada com
isso [a reunião com Gates], mas a
Microsoft, sim", disse Sérgio
Amadeu, presidente do Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação, órgão do Palácio do Planalto. "Eles querem empurrar o
Lula na outra direção."
Neste ano, o país tentará fazer
com que consumidores privados
mudem do Windows também, ao
lançar um programa de compra
de 1 milhão de computadores
"populares" que virão com o Linux e 25 outros programas de código aberto, direcionado a famílias de classe média baixa.
Os esforços da Microsoft para
conseguir uma reunião com Lula
mostram que a estratégia da empresa com relação ao Brasil está
mudando. No ano passado, a Microsoft processou Amadeu por
dizer que a empresa era como um
traficante que dá amostras grátis
para que as pessoas fiquem viciadas e depois começa a cobrar pelo
produto. Desistiu do processo depois que Amadeu disse que só estava repetindo o que havia lido
em livros de economia. Ao mudar
do confronto para a conciliação, a
Microsoft reconhece a posição do
Brasil na "elite digital" do mundo.
A assessoria de imprensa de Lula não confirmou um encontro
com Gates. O braço da empresa
no Brasil não comentou o tema.
O governo federal entrou formalmente na campanha por programas livres em setembro de
2004. Em um primeiro momento,
o Ministério da Educação trocará
os seus softwares, o que deve economizar cerca de R$ 5 milhões
gastos anualmente com licenças.
Segundo a conta do governo federal, existem entre 8.000 e 10 mil
computadores em uso nos órgãos
do ministério.
Em média, a cada um ano os
programas precisam ser atualizados. A licença para isso custa R$
1.100 por máquina.
Além disso, a adoção do sistema
livre permitirá economizar na informatização das 115 mil escolas
do ensino médio e fundamental
que não têm computadores. Se
cada uma recebesse 20 computadores, o custo seria de US$ 230
milhões (R$ 621 milhões) só com
softwares.
A medida já vem sendo seguida
pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e
outros órgãos públicos devem
aderir ao longo deste governo.
Além disso, a Embrapa está disponibilizando na internet os códigos-fonte (conjunto de instruções
executadas pelo computador) de
programas que criou, para que
outras pessoas possam colaborar
com o seu desenvolvimento.
O Instituto Nacional de Tecnologia também defende que, como os usuários não têm acesso
aos códigos-fonte dos programas
privados, as empresas podem instalar aberturas nos softwares que
permitam a espionagem industrial e governamental.
Com a Reuters
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