|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEFONIA
Concorrência derruba preço dos aparelhos e populariza o mercado
Número de celulares cresce 41% no Brasil em 2004
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de celulares no Brasil
chegou a 65,6 milhões em 2004,
com o acréscimo de 19,2 milhões
de aparelhos em relação a dezembro de 2003. O crescimento no período foi de 41,47%. A população
do país é de 183 milhões, segundo
estimativa do IBGE.
No Distrito Federal, já existem
mais celulares do que habitantes:
100,01 linhas para cada grupo de
100 habitantes. Em setembro, a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) chegou a prever
que 2004 terminaria com 69,8 milhões de celulares.
O ritmo de crescimento desse
mercado vem aumentando ano a
ano. De 2001 para 2002, houve
crescimento de 21,3% na quantidade de celulares. De 2002 para
2003, a quantidade de celulares
aumentou 32,9%.
O crescimento da telefonia celular contrasta com o cenário de estagnação da telefonia fixa. Em novembro de 2004 (os números fechados do ano não estão prontos)
havia 49,941 milhões de linhas fixas instaladas, número praticamente igual ao que era registrado
em novembro de 2003: 49,582 milhões. Um acréscimo de 359 mil
em 12 meses, ou crescimento de
0,7%.
Mesmo esse total é um número
inflado. Corresponde ao total de
linhas fixas instaladas, à disposição para uso. Nem todas estão ligadas, por falta de pedidos dos
usuários. Em novembro de 2004
havia 39,564 milhões de linhas de
telefone fixo em uso. Ou seja, há
aproximadamente 10 milhões de
linhas ociosas.
Nos telefones fixos, ao contrário
dos celulares pré-pagos, é cobrada uma assinatura fixa por mês,
de aproximadamente R$ 30, que
independe do uso. Essa assinatura, contestada na Justiça, é a principal barreira ao crescimento da
telefonia fixa.
Os celulares do tipo pré-pago,
que já eram maioria, estão crescendo em um ritmo mais forte do
que os pós-pagos. Em dezembro
de 2003, os pré-pagos eram
76,24% do total. Em dezembro do
ano passado, esse percentual aumentou para 80,47%.
A tecnologia GSM, usada por
operadoras como TIM, Claro,
Brasil Telecom e Oi, aumentou
sua participação no mercado. Em
dezembro de 2003, os aparelhos
que usavam essa tecnologia para
transmitir voz e dados eram
14,78% do total. Em dezembro de
2004, esse percentual aumentou
para 34,18%.
A tecnologia CDMA, usada pela
Vivo, teve sua participação no
mercado reduzida de 30,20% para
29,74%. As outras tecnologias -
TDMA e analógico - também tiveram redução de participação.
Crescimento
De acordo com Amadeo de
Paula Neto, presidente da Acel
(Associação Nacional das Operadoras de Celular), dois fatores explicam o crescimento do número
de celulares: a competição entre
as empresas, que derruba os preço dos aparelhos, e o crescimento
da economia.
"O crescimento do mercado
acontece nas classes C, D e E [de
menor poder aquisitivo]. Com a
competição entre as operadoras,
o preço dos aparelhos deixa de ser
uma barreira de entrada para esse
mercado", avalia.
O aumento maior do número
de aparelhos pré-pagos corrobora
a avaliação de que a expansão do
mercado se dá nas classes de menor poder aquisitivo. "As pessoas
precisam do celular para trabalhar e prestar serviços", diz Amadeo.
Ranking
O Distrito Federal lidera o ranking de linhas de celular por habitante. A menor quantidade de celulares por habitante acontece no
Maranhão, onde existem 13,89 celulares para cada grupo de 100 habitantes. Em São Paulo, há 42,65
celulares por cada 100 habitantes,
quantidade menor do que a registrada no Rio de Janeiro (53,63).
Em números absolutos, no entanto, São Paulo é o Estado com
maior quantidade de celulares:
16,7 milhões, o que equivale a
aproximadamente 25% do total
de celulares do país. Em seguida
vem o Rio de Janeiro, com aproximadamente 8 milhões de aparelhos e, logo depois, Minas Gerais,
com 6,4 milhões.
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: AGROFOLHA No papel: Setor de celulose faz parceria com pequenos Índice
|