São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2005

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TELEFONIA

Concorrência derruba preço dos aparelhos e populariza o mercado

Número de celulares cresce 41% no Brasil em 2004

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de celulares no Brasil chegou a 65,6 milhões em 2004, com o acréscimo de 19,2 milhões de aparelhos em relação a dezembro de 2003. O crescimento no período foi de 41,47%. A população do país é de 183 milhões, segundo estimativa do IBGE.
No Distrito Federal, já existem mais celulares do que habitantes: 100,01 linhas para cada grupo de 100 habitantes. Em setembro, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) chegou a prever que 2004 terminaria com 69,8 milhões de celulares.
O ritmo de crescimento desse mercado vem aumentando ano a ano. De 2001 para 2002, houve crescimento de 21,3% na quantidade de celulares. De 2002 para 2003, a quantidade de celulares aumentou 32,9%.
O crescimento da telefonia celular contrasta com o cenário de estagnação da telefonia fixa. Em novembro de 2004 (os números fechados do ano não estão prontos) havia 49,941 milhões de linhas fixas instaladas, número praticamente igual ao que era registrado em novembro de 2003: 49,582 milhões. Um acréscimo de 359 mil em 12 meses, ou crescimento de 0,7%.
Mesmo esse total é um número inflado. Corresponde ao total de linhas fixas instaladas, à disposição para uso. Nem todas estão ligadas, por falta de pedidos dos usuários. Em novembro de 2004 havia 39,564 milhões de linhas de telefone fixo em uso. Ou seja, há aproximadamente 10 milhões de linhas ociosas.
Nos telefones fixos, ao contrário dos celulares pré-pagos, é cobrada uma assinatura fixa por mês, de aproximadamente R$ 30, que independe do uso. Essa assinatura, contestada na Justiça, é a principal barreira ao crescimento da telefonia fixa.
Os celulares do tipo pré-pago, que já eram maioria, estão crescendo em um ritmo mais forte do que os pós-pagos. Em dezembro de 2003, os pré-pagos eram 76,24% do total. Em dezembro do ano passado, esse percentual aumentou para 80,47%.
A tecnologia GSM, usada por operadoras como TIM, Claro, Brasil Telecom e Oi, aumentou sua participação no mercado. Em dezembro de 2003, os aparelhos que usavam essa tecnologia para transmitir voz e dados eram 14,78% do total. Em dezembro de 2004, esse percentual aumentou para 34,18%.
A tecnologia CDMA, usada pela Vivo, teve sua participação no mercado reduzida de 30,20% para 29,74%. As outras tecnologias - TDMA e analógico - também tiveram redução de participação.

Crescimento
De acordo com Amadeo de Paula Neto, presidente da Acel (Associação Nacional das Operadoras de Celular), dois fatores explicam o crescimento do número de celulares: a competição entre as empresas, que derruba os preço dos aparelhos, e o crescimento da economia.
"O crescimento do mercado acontece nas classes C, D e E [de menor poder aquisitivo]. Com a competição entre as operadoras, o preço dos aparelhos deixa de ser uma barreira de entrada para esse mercado", avalia.
O aumento maior do número de aparelhos pré-pagos corrobora a avaliação de que a expansão do mercado se dá nas classes de menor poder aquisitivo. "As pessoas precisam do celular para trabalhar e prestar serviços", diz Amadeo.

Ranking
O Distrito Federal lidera o ranking de linhas de celular por habitante. A menor quantidade de celulares por habitante acontece no Maranhão, onde existem 13,89 celulares para cada grupo de 100 habitantes. Em São Paulo, há 42,65 celulares por cada 100 habitantes, quantidade menor do que a registrada no Rio de Janeiro (53,63).
Em números absolutos, no entanto, São Paulo é o Estado com maior quantidade de celulares: 16,7 milhões, o que equivale a aproximadamente 25% do total de celulares do país. Em seguida vem o Rio de Janeiro, com aproximadamente 8 milhões de aparelhos e, logo depois, Minas Gerais, com 6,4 milhões.


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