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Vantagem é previsibilidade, diz agricultor
DO PAINEL S.A., EM MUCURI (BA)
Há 30 anos na região, o fazendeiro Leodônio Ferreira, 62, foi
um dos primeiros participantes
da parceria entre a Suzano e os
moradores dos arredores da fábrica em Mucuri, sul da Bahia.
"Eu vendi uma parte da minha
fazenda na época da vinda da Bahia Sul para cá, porque sabia que a
região iria se beneficiar", conta
Ferreira, que começou a plantar
eucaliptos há 11 anos, cansado das
variações de preço dos produtos
que plantava, como mamão, cana, abóbora e feijão.
Ferreira não se queixa do preço
pago pela madeira -segundo ele,
cerca da metade que conseguiria
se vendesse no mercado. "A vantagem é que eu sei quando e
quanto vou receber", afirma.
"Eu já tive atividades mais rentáveis que o eucalipto, como a cana, mas os usineiros atrasavam os
pagamentos, quando não davam
calote", conta o fazendeiro.
Mas Ferreira não dedica integralmente sua terra ao plantio dos
eucaliptos. Quase a metade ele reserva ao gado, para a piscicultura
e à criação de avestruzes, que chegam a custar R$ 4 mil cada uma.
Com dois filhos formados e duas
a caminho da formatura, ele atribui sua prosperidade ao eucalipto. "O que a gente tem aqui foi
graças ao eucalipto."
Desconhecimento
"Cansei de ficar em cima do trator chorando, pedindo uma solução a Deus", diz Ênio Teixeira, 57,
há 25 anos no sul da Bahia.
Antes de cultivar eucaliptos,
Teixeira, como tantos na região,
se dedicava à lavoura (melancia,
abóbora e mamão). Mas diz que o
dinheiro da venda dos produtos
"mal dava para pagar as contas".
Teixeira começou o cultivo de
eucalipto com 36 hectares. Com o
apoio "da firma", ampliou a área
para os atuais 220 hectares.
Com o dinheiro do adiantamento, recebe cerca de R$ 15 mil
por mês. "Com a roça, se desse R$
1.200 era muito", afirma.
Sobre o fato de o cultivo de eucalipto não demandar muita
atenção, o agricultor diz sentir
saudades da roça. "A gente sempre tinha alguma coisa para ver.
Agora, eu até esqueço do eucalipto. Outro dia vieram aqui para me
dizer que a gente tinha de cortar e
eu nem me lembrava."
O jornalista Marcelo Pinho viajou
a Mucuri a convite da Suzano
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