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Bush apresenta hoje "princípios" de pacote
Medidas para evitar recessão dos EUA podem incluir restituição de impostos para indivíduos e abatimentos para empresas
Presidente do BC dos EUA, Ben Bernanke, defende pacote para estimular a economia do país; Bolsas voltam a cair pelo mundo
Dennis Cook/Associated Press
![](../images/b1801200801.jpg) |
O presidente do Fed, Ben Bernanke, fala ao Congresso dos EUA |
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George W. Bush, vai apresentar hoje
os "princípios" da sua proposta
para estimular a principal economia do mundo, em uma tentativa de evitar que ela entre
em recessão. Segundo a Casa
Branca, as medidas a serem
anunciadas por Bush serão
temporárias e de curto prazo.
"Ele falará sobre os tipos de
políticas que, acredita, irão produzir medidas temporárias e
efetivas para aumentar o crescimento no curto prazo", afirmou o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto. Antes, havia dito que o governo quer aprovar
""rapidamente" o pacote no
Congresso. A crise econômica é
a maior preocupação do eleitor
americano em ano de eleições
presidenciais.
Segundo Fratto, Bush considera que ainda é "muito cedo"
para apresentar a proposta final. Líderes do Congresso americano, com quem Bush discutiu ontem um esboço do plano,
afirmaram que o pacote pode
chegar a até US$ 150 bilhões.
A proposta do governo deve
incluir restituição em impostos
de US$ 800 para indivíduos e
de US$ 1.600 para domicílios,
segundo a Bloomberg. Já as
empresas poderão deduzir 50%
do preço de compra de novos
equipamentos neste ano, ainda
de acordo com a Bloomberg. O
"Wall Street Journal" cita valores menores: restituições de
US$ 500 e abatimentos de entre 30% e 50%. Também estaria sendo estudada a eliminação temporária da menor alíquota do Imposto de Renda (de
10%), com os contribuintes recebendo a restituição de forma
integral, e não em parcelas.
A declaração do porta-voz foi
a primeira vez que o governo
dos EUA confirmou que Bush
apóia um plano de ajuda governamental à economia. Há duas
semanas, o republicano afirmou que estudava a possibilidade de criação de um pacote
de estímulo fiscal para a economia, mas que não tomaria uma
decisão até o dia 28 deste mês,
data do discurso do Estado da
União, quando esboça planos
do governo para o ano.
De acordo com o site da
CNN, a decisão de Bush de
apresentar os fundamentos do
pacote de ajuda à economia não
foi bem recebida entre alguns
políticos democratas. Eles gostariam que o presidente só divulgasse o plano quando já
houvesse um acerto sobre as
medidas. Segundo Fratto, a
conversa foi uma "consulta", e
não uma negociação.
Também ontem, o presidente do Fed (Federal Reserve, o
banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou
ser favorável a medidas de estímulos ao crescimento da economia do país. Ele disse que um
plano como esse poderia ter como objetivo levar dinheiro rapidamente às mãos dos consumidores, especialmente os de
baixa e média renda.
Em depoimento ao Comitê
de Orçamento da Câmara dos
Representantes, ele disse que
esforços que envolvam "levar
dinheiro a pessoas e empresas
para que o gastem em curto
prazo" são mais efetivos que
outras medidas, como a incorporação permanente ao código
tributário dos cortes de impostos já feitos por Bush. "Uma vez
mais, não estou expressando
nenhuma opinião sobre se é desejável tornar esses cortes permanentes", disse Bernanke, alvo de críticas de que estaria reagindo timidamente à crise.
Ele deixou claro seu apoio ao
conceito geral de um plano econômico de resgate, desde que
seja temporário, para não complicar o quadro fiscal de longo
prazo. "Uma ação fiscal seria
útil, em princípio", e poderia
oferecer "apoio mais amplo à
economia" do que o Fed pode
fornecer sozinho por meio de
reduções nas taxas de juros,
afirmou Bernanke.
E ressalvou que "a forma e a
maneira de implementação do
programa fiscal são cruciais".
Quando questionado pelos
legisladores quanto aos efeitos
de um pacote de estímulo fiscal
de US$ 100 bilhões, Bernanke
disse que o impacto seria "significativo", não simplesmente
"decorativo". Houve sugestões
de pacotes cujos valores poderiam variar de US$ 50 bilhões a
US$ 150 bilhões, o que ele considerou uma faixa "razoável".
Restituições de impostos podem ser úteis, acrescentou.
"Levar dinheiro às mãos das
pessoas de renda baixa e média
é produtivo no sentido de causa
e efeito rápido", pois elas tendem a gastar depressa qualquer
dinheiro adicional que recebam, afirmou. Pesquisas mostram que os mais ricos gastam
apenas parte das restituições.
Algumas cláusulas temporárias de isenção de impostos sobre despesas e de depreciação
patrimonial acelerada para as
empresas também poderiam
estimular gastos e ajudar a economia, disse Bernanke. Mas
advertiu esperar que "o Congresso resista à tentação de fazer uma longa lista de coisas"
que tornariam a legislação mais
complicada e que talvez não tivessem grande efeito de curto
prazo sobre a economia.
O presidente do Fed previu
crescimento mais lento em
2008, mas sem recessão. Nos
últimos dias, vários bancos, como Goldman Sachs e Merrill
Lynch, e Alan Greenspan, o antecessor de Ben Bernanke no
Fed, disseram que os Estados
Unidos já estão em recessão ou
em breve entrarão nela.
Com agências internacionais
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