|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Impacto da crise é limitado, diz especialista
DA SUCURSAL DO RIO
A crise da economia americana, já classificada por alguns economistas como recessão, terá impacto limitado sobre o desempenho da
brasileira. Essa é a avaliação
de Francisco Eduardo Pires
de Souza, do Grupo de Conjuntura da UFRJ.
Segundo ele, os dados indicam que, de fato, a economia
americana entrará em recessão. Apesar disso, o economista ressalta que a expansão do PIB no Brasil tem sido
puxada pela demanda doméstica.
Souza avalia que há um
descolamento parcial da economia mundial em relação à
economia americana. "Houve uma época em que a economia mundial voava com
um único motor, a economia
americana. Hoje há vários
motores, e o principal deles é
a China", disse.
De acordo com o economista, o país está redirecionando suas exportações e os
EUA tendem a perder importância como destino de
produtos brasileiros. Para
Souza, as exportações brasileiras serão mais afetadas se
houver um efeito de contaminação. Na prática, isso significa dizer que elas poderão
ser mais prejudicadas se a recessão dos EUA se tornar sinônimo de redução das importações americanas de
economias emergentes, como a China.
"O risco maior ocorreria se
a crise afetasse os fluxos de
capital para o Brasil de tal
modo que levasse o Banco
Central a subir os juros. Não
vejo sintomas disso. O que
pode realmente haver é saída
de capital das Bolsas. O Banco Central tem um estoque
de reservas gigantesco e o cenário de disparada do dólar é
muito remoto", disse.
O economista destaca ainda que o dólar barato está
ajudando a reduzir pressões
inflacionárias no curto prazo, mas poderá trazer efeitos
negativos para a economia
num horizonte de quatro a
cinco anos.
Texto Anterior: Bovespa já caiu 10,7% no ano; NY, 8,3% Próximo Texto: Orientação: Especialistas recomendam sangue-frio Índice
|