São Paulo, sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

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Consumo de energia cresce 5,4%, diz EPE

DA SUCURSAL DO RIO

O consumo de energia no país cresceu 5,4% em 2007, puxado pelo aumento dos setores residencial e comercial, segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). O resultado é superior ao percentual divulgado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), de 4,7%.
Segundo Amilcar Guerreiro, diretor de Estudos Econômicos e Energéticos da EPE, os números do ONS se referem ao sistema interligado nacional, que exclui parte da região Norte. "O número do ONS incorpora perdas e diferenças, além do consumo. A melhor estatística para fazer a análise do consumo é da EPE", afirmou.
Os dados da estatal de planejamento do setor mostram que o ritmo de expansão do consumo aumentou no ano passado. Em 2006, o consumo havia crescido 3,5%.
A região Sudeste registrou alta de 5% em 2007. O Estado de São Paulo cresceu a um ritmo da ordem de 5,5%, acima da média da região. Segundo Guerreiro, o desempenho do Estado está relacionado à expansão da indústria.
O consumo residencial teve alta de 6%, impulsionado pela queda do desemprego, pelo aumento da renda e pela expansão do crédito. Guerreiro destacou que houve um aumento significativo, de quase 2 milhões, do número de novas ligações. Cerca de 25% do aumento foi motivado pelo programa "Luz para Todos", de acordo com a estatal.
Em termos percentuais, o principal destaque foi a alta de 7% do consumo residencial. O diretor atribuiu o aumento a diversos fatores, como o crescimento da atividade comercial, do turismo, da movimentação de passageiros e cargas nos aeroportos e da taxa de ocupação dos hotéis. De janeiro a novembro do ano passado, o total de passageiros transportados aumentou 7,7%.
A categoria de maior peso, a do consumo industrial, teve alta de 5%. Segundo Guerreiro, aumentou o número de indústrias que adotam a autoprodução de energia. Ele citou como exemplo a expansão da produção da CST no Espírito Santo por meio de autoprodução.

Projeções
Para este ano, a EPE estima que o consumo crescerá 5,2%. Na avaliação da estatal, haverá um aumento nos próximos anos da autoprodução, especialmente em setores como siderurgia, petroquímica, sucroalcooleiro e papel e celulose.
Hoje, a autoprodução corresponde a 20% do consumo industrial, até 2011 a expectativa é que ela alcance o equivalente a 27%. As projeções da EPE são compatíveis com uma expansão da economia de 4,8% a 5% ao ano.
Apesar das estimativas de crescimento do consumo de energia, a EPE avalia que em 2015 o país se aproximará do consumo atual do Chile e ainda permanecerá abaixo do consumo de Portugal.
Guerreiro afirmou que não vê risco de racionamento de energia em 2008.
Segundo ele, o preço da energia no mercado de curto prazo, de R$ 569,59, atinge uma parcela pequena do mercado porque a maioria trabalha com contratos de longo prazo.
Na avaliação do coordenador do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ, Nivalde de Castro, não há risco de apagão em 2008. Segundo ele, não há comparação possível com 2001. "A probabilidade de risco de apagão em 2008 é muito baixa e vai depender das chuvas e da capacidade de geração térmica", disse.
(JANAINA LAGE)


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