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Mesmo independente, agência leva em conta posições de Lula na revisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) levou em consideração as posições do governo
Lula na elaboração da revisão tarifária. "O regulador não é indiferente à questão de que há um novo governo, com respaldo de 61%
dos eleitores", disse César Antônio Gonçalves, superintendente
de Regulação Econômica da
Aneel.
A revisão tarifária é um processo que, pela regulamentação do
setor, está a cargo da Aneel. De
acordo com a política que levou à
criação das agências, elas deveriam estar imunes às mudanças
de governo. Em tese, as agências
seguem linhas políticas gerais definidas pelo governo, mas aplicam a regulamentação de forma
independente.
Ou seja, um novo governo só
pode mudar a forma de agir e a
atribuição das agências se mudar
as leis.
Em seu discurso de posse, em
janeiro, a ministra Dilma Rousseff
(Minas e Energia) afirmou que
um dos desafios do ministério era
"conter o crescente aumento das
tarifas de energia e dos preços dos
combustíveis".
O secretário-executivo do ministério, Maurício Tolmasquim,
já havia afirmado, na mesma ocasião, que o IGP-M poderia deixar
de ser o índice de correção das tarifas.
"O IGP-M é um fator altamente
inflacionário das tarifas. Durante
a revisão tarifária vai ser estudado
se existe algum mecanismo que,
respeitando os contratos, permita
a revisão desse índice também",
afirmou o secretário-executivo do
ministério, na época.
Apesar de ter afirmado que a linha política do novo governo foi
levada em consideração, Gonçalves afirmou que, mesmo antes
das reuniões com a equipe do Ministério de Minas e Energia, a
Aneel já sabia que não iria aplicar
um índice de reajuste de mais de
40%.
Segundo ele, "o regulador preservou o direito da concessionária
e não foi indiferente à questão socioeconômica do consumidor".
Ele informou que partiu da agência a idéia do mecanismo limitando o aumento da revisão ao que
seria dado no reajuste anual.
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