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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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CELULARES

Preço deverá dar vitória à tecnologia CDMA ou à GSM, diz consultora

Sistemas disputam hegemonia no país

LÁSZLÓ VARGA
ENVIADO ESPECIAL A CANNES

O mercado de celulares no Brasil vive hoje uma batalha entre a tecnologia americana CDMA (usada por operadoras como Telesp Celular) e a européia GSM (TIM). Quem vencerá a briga serão os fabricantes e operadoras que cobrarem menores preços por terminal e serviços.
A estimativa foi feita ontem pela diretora de pesquisa da consultoria Telemates, Michèle Scanlon, que, indagada pela Folha sobre a disputa pelo mercado de telefonia móvel no país, disse que ele lembra parcialmente a situação existente nos EUA. "Naquele país, cerca de 30% dos 110 milhões de usuários de celulares terão de deixar de usar a antiga tecnologia TDMA para escolher entre o CDMA ou GSM", afirmou.
A escolha terá de ser feita porque o TDMA (usado pela maioria das operadoras do Brasil) não consegue trabalhar com tecnologia de banda larga para celulares, como transmissão de fotos.
"Nos EUA, a AT&T, uma das maiores operadoras daquele país, optou por migrar para o GSM até o final de 2003. No Brasil, quem dominará o mercado será quem trabalhar com preços baixos", disse Scanlon.
A executiva participou ontem, em Cannes, na França, da abertura do GSM World Congress 2003, principal evento anual sobre GSM do mundo.
Fabricantes europeus, como a Siemens, Nokia e Ericsson, travam hoje uma briga para conquistar operadoras para o GSM (que permite que o usuário retire do seu celular um chip com dados pessoais, como agenda de telefones, e o coloque em outro aparelho). No Brasil, só a TIM e a Oi trabalham hoje com o sistema. Outras operadoras estão em fase de escolha de tecnologia.
Já fabricantes americanos, como a Lucent e Motorola, trabalham com o CDMA (cujo direito de royalties é da também americana Qualcomm). Para os analistas, as vendas de celulares tendem a crescer, de uma média de 390 milhões de terminais ao ano, para 770 milhões em 2005. A previsão é de que a América Latina tenha uma expansão de 9% ao ano, contra os 4% dos EUA.
Mas, enquanto em países como o Brasil a venda maior é de aparelhos baratos, na Europa os consumidores procuram celulares mais sofisticados (e mais caros), que oferecem acesso a jogos e vídeos, entre outros recursos.


O jornalista László Varga viajou a Cannes a convite da Nokia


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