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CELULARES
Preço deverá dar vitória à tecnologia CDMA ou à GSM, diz consultora
Sistemas disputam hegemonia no país
LÁSZLÓ VARGA
ENVIADO ESPECIAL A CANNES
O mercado de celulares no Brasil vive hoje uma batalha entre a
tecnologia americana CDMA
(usada por operadoras como Telesp Celular) e a européia GSM
(TIM). Quem vencerá a briga serão os fabricantes e operadoras
que cobrarem menores preços
por terminal e serviços.
A estimativa foi feita ontem pela
diretora de pesquisa da consultoria Telemates, Michèle Scanlon,
que, indagada pela Folha sobre a
disputa pelo mercado de telefonia
móvel no país, disse que ele lembra parcialmente a situação existente nos EUA. "Naquele país,
cerca de 30% dos 110 milhões de
usuários de celulares terão de deixar de usar a antiga tecnologia
TDMA para escolher entre o
CDMA ou GSM", afirmou.
A escolha terá de ser feita porque o TDMA (usado pela maioria
das operadoras do Brasil) não
consegue trabalhar com tecnologia de banda larga para celulares,
como transmissão de fotos.
"Nos EUA, a AT&T, uma das
maiores operadoras daquele país,
optou por migrar para o GSM até
o final de 2003. No Brasil, quem
dominará o mercado será quem
trabalhar com preços baixos",
disse Scanlon.
A executiva participou ontem,
em Cannes, na França, da abertura do GSM World Congress 2003,
principal evento anual sobre GSM
do mundo.
Fabricantes europeus, como a
Siemens, Nokia e Ericsson, travam hoje uma briga para conquistar operadoras para o GSM
(que permite que o usuário retire
do seu celular um chip com dados
pessoais, como agenda de telefones, e o coloque em outro aparelho). No Brasil, só a TIM e a Oi trabalham hoje com o sistema. Outras operadoras estão em fase de
escolha de tecnologia.
Já fabricantes americanos, como a Lucent e Motorola, trabalham com o CDMA (cujo direito
de royalties é da também americana Qualcomm). Para os analistas, as vendas de celulares tendem
a crescer, de uma média de 390
milhões de terminais ao ano, para
770 milhões em 2005. A previsão é
de que a América Latina tenha
uma expansão de 9% ao ano, contra os 4% dos EUA.
Mas, enquanto em países como
o Brasil a venda maior é de aparelhos baratos, na Europa os consumidores procuram celulares mais
sofisticados (e mais caros), que
oferecem acesso a jogos e vídeos,
entre outros recursos.
O jornalista László Varga viajou
a Cannes a convite da Nokia
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