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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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CENÁRIO

Perda seria de 0,5 a 1,5 ponto percentual, dependendo do tempo de conflito

Crescimento cai com guerra, diz FMI

Marco Antonio Rezende - 14.nov.2002/Folha Imagem
Rogério Zandamela, representante do FMI no Brasil, apresenta projeção para a economia mundial


CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Uma possível guerra provocada por um ataque dos Estados Unidos e da Inglaterra ao Iraque vai gerar perda no crescimento da economia mundial entre 0,5 e 1,5 ponto percentual, segundo a mais recente projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional). A perda mínima ou máxima dependerá do tempo de duração do conflito.
Os números foram apresentados ontem pelo representante do FMI no Brasil, Rogério Zandamela, durante seminário promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e pelo jornal "Valor Econômico". Zandamela disse que, se não houver guerra, a economia mundial crescerá neste ano entre 3% e 3,5%, liderada pelos países asiáticos, exceto Japão.
De acordo com o economista, o cenário básico (sem guerra) do Fundo para a economia do planeta neste ano projeta "um lento processo de recuperação", com o crescimento ficando praticamente igual aos 3% do ano passado.
Pelas projeções do FMI, os Estados Unidos crescerão neste ano entre 2% e 2,5%. Os países da União Européia vão crescer ainda menos, entre 1% e 1,5%, enquanto o Japão passará de uma recessão de 0,2% em 2002 para um escasso crescimento, entre 0,5% e 1%.
Para a América Latina, a projeção é modesta, igual à dos Estados Unidos (de 2% a 2,5%). A recuperação latino-americana só viria em 2004, acompanhando o desempenho norte-americano, com crescimento entre 4% e 4,5%.
As projeções do FMI foram consideradas muito otimistas por vários participantes do evento. O economista Carlos Ivan Simonsen, presidente da FGV, chegou a considerar a projeção geral do fundo "incongruente" com os dados por países ou regiões. Segundo ele, se Estados Unidos, União Européia e Japão crescerem o que o FMI prevê, dificilmente o crescimento mundial chegará a 3,5%.
O diretor de Política Econômica do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, disse, no mesmo seminário, que, se a economia brasileira mantiver as perspectivas atuais, o país pode fechar suas contas externas deste ano sem recorrer a recursos do FMI. O acordo acertado com o Fundo em agosto prevê que o Brasil tem à sua disposição neste ano US$ 24 bilhões.
A expectativa não inclui a possibilidade de guerra, mas, para Goldfajn, a guerra não será pior para o Brasil do que o cenário de 2002, quando havia crise internacional e o país enfrentava uma crise de confiança interna.


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