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ANO DO DRAGÃO
Pesquisa do Banco Central detecta expectativa de alta da inflação; Copom define taxa básica amanhã
Mercado pessimista reforça alta de juros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisa feita pelo Banco Central entre 76 bancos e empresas de
consultoria mostra que o mercado continua pessimista em relação ao comportamento da inflação neste ano, o que aumenta a
possibilidade de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC)
voltar a elevar os juros básicos da
economia nesta semana.
Segundo o levantamento, o
mercado projeta uma elevação de
11,99% para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano. Na
semana passada, a mesma pesquisa apontava para um índice de
11,84%. Ambas as estimativas estão acima dos 8,5%, a meta do BC.
Em janeiro, o Copom se reuniu
pela primeira vez desde a posse do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e elevou os juros de 25% para
25,5% ao ano. Ao anunciar a decisão, o BC afirmou que, apesar do
recuo dos índices de preços observados nos últimos meses, a alta
dos juros era necessária para conter o pessimismo do mercado.
De lá para cá, a alta projetada
para o IPCA, segundo a pesquisa
do BC, passou de 11,35% para
11,99%. Já os índices de preços
mostraram, em janeiro, que a inflação continua elevada. O IPCA,
por exemplo, subiu 2,25% -ou
seja, subiu em um mês mais de
um quarto da meta fixada para todo o ano de 2003.
Nem mesmo a notícia de que o
governo pretende obter um superávit primário (economia de dinheiro para o pagamento de juros) ainda maior neste ano foi suficiente para controlar as expectativas do mercado. Na semana retrasada, a equipe econômica
anunciou que a meta fiscal seria o
equivalente a 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto), contra
3,75% da meta anterior.
Em tese, um maior superávit
primário teria, sobre os preços,
efeito semelhante a um aumento
de juros: colaboraria para desaquecer a economia, ajudando no
controle da inflação.
O receio do BC é que a própria
expectativa de que a inflação vá
subir faça com que as empresas
reajustem seus preços, realimentando o pessimismo e colocando
em risco o cumprimento da meta
fixada pela equipe econômica.
A situação pode ficar ainda pior
no caso de uma guerra entre EUA
e Iraque. Um dos efeitos desse
conflito seria a disparada do preço internacional do petróleo, que
poderia levar a mais reajustes dos
combustíveis no Brasil.
O próprio mercado já mostra
que acredita na manutenção dos
juros em níveis elevados por mais
tempo. Ainda segundo o levantamento do BC, projeta-se que a taxa Selic vá cair até 23,20% até dezembro. Na semana passada, a estimativa estava em 23%.
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