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Vendas caem 0,68% no ano e 4,93% em dezembro, diz IBGE
Inflação freia comércio em 2002
DA SUCURSAL DO RIO
A disparada da inflação no final
de 2002 reduziu o poder de compra do consumidor, e o resultado
foi a queda nas vendas do comércio. O setor vendeu, em volume,
0,68% menos do que em 2001, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em dezembro, mês tradicionalmente bom para o comércio, houve uma retração de 4,93%, considerada "atípica" pelo IBGE. Foi a
maior queda mensal desde fevereiro de 2001 (5,06%).
"Além de tudo o que já vinha
prejudicando o comércio, como o
dólar, os juros altos e o desemprego, no último trimestre houve
mais um complicador: a aceleração do processo inflacionário",
disse Nilo Lopes de Macedo, técnico do IBGE responsável pela
pesquisa de comércio.
Macedo afirmou que a redução
do consumo de alimentos foi o fator que mais contribuiu para o
menor nível de atividade do setor.
O motivo foi o preço alto dos produtos alimentares, que subiu
18,76% no segundo semestre, de
acordo com o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo).
Em 2002, houve um recuo de
1,76% nas vendas das lojas de alimentos. Em dezembro, a queda
foi de 7,97% -maior do que a de
novembro, de 1,11%.
Os comércios que dependem de
crédito também tiveram um ano
ruim, principalmente nos últimos
meses, quando os juros subiram.
É o caso do varejo de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 8,05% em dezembro do ano
passado e 0,54% em 2002.
Só os revendedores de combustíveis comemoraram. Suas vendas cresceram 5,61% em 2002,
graças, segundo o IBGE, à relativa
estabilidade dos preços dos derivados durante boa parte do ano.
Apesar da redução das vendas
em volume, o comércio aumentou os preços e, por isso, conseguiu até mesmo ter uma receita
(em valor) maior do que a de
2001. O crescimento médio foi de
7,36%. Em dezembro, chegou a
9,51%. O varejo de alimentos (super e hipermercados, mercearias,
feiras livres, sacolões etc.), expandiu 8,05% em 2002.
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