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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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Vendas caem 0,68% no ano e 4,93% em dezembro, diz IBGE

Inflação freia comércio em 2002

DA SUCURSAL DO RIO

A disparada da inflação no final de 2002 reduziu o poder de compra do consumidor, e o resultado foi a queda nas vendas do comércio. O setor vendeu, em volume, 0,68% menos do que em 2001, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em dezembro, mês tradicionalmente bom para o comércio, houve uma retração de 4,93%, considerada "atípica" pelo IBGE. Foi a maior queda mensal desde fevereiro de 2001 (5,06%).
"Além de tudo o que já vinha prejudicando o comércio, como o dólar, os juros altos e o desemprego, no último trimestre houve mais um complicador: a aceleração do processo inflacionário", disse Nilo Lopes de Macedo, técnico do IBGE responsável pela pesquisa de comércio.
Macedo afirmou que a redução do consumo de alimentos foi o fator que mais contribuiu para o menor nível de atividade do setor. O motivo foi o preço alto dos produtos alimentares, que subiu 18,76% no segundo semestre, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Em 2002, houve um recuo de 1,76% nas vendas das lojas de alimentos. Em dezembro, a queda foi de 7,97% -maior do que a de novembro, de 1,11%.
Os comércios que dependem de crédito também tiveram um ano ruim, principalmente nos últimos meses, quando os juros subiram. É o caso do varejo de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 8,05% em dezembro do ano passado e 0,54% em 2002.
Só os revendedores de combustíveis comemoraram. Suas vendas cresceram 5,61% em 2002, graças, segundo o IBGE, à relativa estabilidade dos preços dos derivados durante boa parte do ano.
Apesar da redução das vendas em volume, o comércio aumentou os preços e, por isso, conseguiu até mesmo ter uma receita (em valor) maior do que a de 2001. O crescimento médio foi de 7,36%. Em dezembro, chegou a 9,51%. O varejo de alimentos (super e hipermercados, mercearias, feiras livres, sacolões etc.), expandiu 8,05% em 2002.


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