|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPINIÃO DA BASE
Radicais e moderados não se entendem sobre elevação dos juros
PT se constrange sobre assunto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Surpreendidos pelo aumento
dos juros no mês passado, os
petistas ainda mostram uma retórica desencontrada quando
questionados sobre a possibilidade cada vez mais concreta de
uma nova alta da taxa do Banco
Central.
A discussão ganhou força no
Congresso após o discurso do
presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, ontem, na
reabertura dos trabalhos legislativos, em que chamou a atenção
para a necessidade de medidas
duras na economia.
Dos radicais aos moderados
do PT, porém, é comum o constrangimento ao tratar da alta
dos juros.
"Sobre juros eu não posso falar, porque é assunto do governo", afirmou o presidente do
partido, José Genoino (SP). A
Folha argumentou que a pergunta era sobre a posição do PT.
"Depois eu dou a opinião do
partido para Vossa Excelência",
disse, virando as costas.
Incredulidade
O senador Eduardo Suplicy
(SP) demonstrou incredulidade
diante da afirmação de que o
mercado espera uma elevação
da taxa do Banco Central, hoje
em 25,5% ao ano. "Quem determina isso não é o mercado, é o
Copom [Comitê de Política Monetária do BC, formado pelo
presidente e pelos sete diretores
da instituição"", disse.
Para Suplicy, a alta dos juros
"só irá ocorrer diante de uma
dificuldade imensa" na condução da economia.
O deputado Chico Alencar
(RJ), considerado um independente no partido, não se mostrou tão surpreso. "Temo que isso aconteça, já estão falando em
27%", afirmou.
"A bancada do PT não vai ser
uma instância amorfa ou passiva" diante das medidas ortodoxas da área econômica, disse
Alencar, que relatou estar buscando opiniões de outros especialistas, entre eles o presidente
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social), Carlos Lessa.
Banqueiros
Os mais radicais, previsivelmente, mantêm as críticas que
já fizeram ao primeiro aumento
de juros no governo Lula. "Não
podemos continuar trabalhando para sustentar banqueiros",
disse João Batista Babá (PA), para quem, em vez de cortar gastos
sociais no Orçamento, o governo deveria reduzir o pagamento
da dívida pública.
(GUSTAVO PATÚ)
Texto Anterior: Para José Senna, Selic sobe 1,5 ponto agora e deverá se elevar em março Próximo Texto: Inflação freia comércio em 2002 Índice
|