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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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FUNDO DE PENSÃO

Previ poderá apoiar projetos do banco estatal

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) deverá apoiar projetos de desenvolvimento setorial coordenados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), podendo participar de investimentos considerados estratégicos pelo banco.
"Se o BNDES apoiar certos setores, os fundos de pensão [maiores investidores de longo prazo do país" poderão apoiar como parceiros. Estaremos em diálogo com o governo para avaliar possibilidades", afirmou o novo presidente da Previ, Sérgio Rosa, 43, empossado na sexta-feira.
Ex-sindicalista e vereador pelo PT de São Paulo, Rosa negou, entretanto, que a Previ sofrerá, na sua gestão, ingerência do governo federal. Todas as decisões de investimento seguirão três premissas básicas, afirmou: retorno, rentabilidade e responsabilidade.
A Previ administra R$ 37,1 bilhões em ativos e tem participações em 176 empresas.
Rosa, que era diretor da entidade, indicado pelos funcionários, afirmou ainda que a análise de risco dos projetos nos quais a Previ pretende investir será aprimorada a fim de evitar "maus investimentos". Citou o caso do Magic Park (em Aparecida, interior de São Paulo), no qual a Previ investiu R$ 50 milhões. No ano passado, a participação do fundo no negócio foi avaliada em apenas R$ 3 milhões. Disse que esse "é um exemplo ruim, muito ruim," de um projeto mal analisado.
Segundo ele, 2003 será um ano de cautela para a Previ. A prioridade, afirmou, é reavaliar e melhorar o rendimento dos atuais investimentos -e não buscar novas oportunidades de negócio. Entre os objetivos, está reduzir as aplicações do fundo em ações, o que pode ser feito por meio da venda de participações em algumas companhias.
Pelas atuais regras, a Previ deve ter, no máximo, 45% do seu capital aplicado em ações. Tem até julho para se enquadrar à norma. Hoje, 52% dos seus ativos estão no mercado acionário. Rosa defende que o teto seja de 50%.
A Previ é acionista de empresas como Vale, Perdigão, Telemar, Brasil Telecom e Telemig Celular (nesta última, briga com o Opportunity pela gestão da empresa)
Em junho de 2002, a Previ sofreu intervenção do governo federal. O objetivo era alterar seu regulamento e incluir o voto de Minerva do patrocinador, o Banco do Brasil, em caso de empate na diretoria de seis membros.
Rosa disse que essa questão deve ser decidida a partir de uma negociação entre o banco e as associações de funcionários -cada lado elege três diretores.


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