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FUNDO DE PENSÃO
Previ poderá apoiar projetos do banco estatal
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Previ (Caixa de Previdência
dos Funcionários do Banco do
Brasil) deverá apoiar projetos de
desenvolvimento setorial coordenados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), podendo participar de investimentos considerados estratégicos pelo banco.
"Se o BNDES apoiar certos setores, os fundos de pensão [maiores
investidores de longo prazo do
país" poderão apoiar como parceiros. Estaremos em diálogo
com o governo para avaliar possibilidades", afirmou o novo presidente da Previ, Sérgio Rosa, 43,
empossado na sexta-feira.
Ex-sindicalista e vereador pelo
PT de São Paulo, Rosa negou, entretanto, que a Previ sofrerá, na
sua gestão, ingerência do governo
federal. Todas as decisões de investimento seguirão três premissas básicas, afirmou: retorno, rentabilidade e responsabilidade.
A Previ administra R$ 37,1 bilhões em ativos e tem participações em 176 empresas.
Rosa, que era diretor da entidade, indicado pelos funcionários,
afirmou ainda que a análise de risco dos projetos nos quais a Previ
pretende investir será aprimorada a fim de evitar "maus investimentos". Citou o caso do Magic
Park (em Aparecida, interior de
São Paulo), no qual a Previ investiu R$ 50 milhões. No ano passado, a participação do fundo no
negócio foi avaliada em apenas
R$ 3 milhões. Disse que esse "é
um exemplo ruim, muito ruim,"
de um projeto mal analisado.
Segundo ele, 2003 será um ano
de cautela para a Previ. A prioridade, afirmou, é reavaliar e melhorar o rendimento dos atuais
investimentos -e não buscar novas oportunidades de negócio.
Entre os objetivos, está reduzir as
aplicações do fundo em ações, o
que pode ser feito por meio da
venda de participações em algumas companhias.
Pelas atuais regras, a Previ deve
ter, no máximo, 45% do seu capital aplicado em ações. Tem até julho para se enquadrar à norma.
Hoje, 52% dos seus ativos estão
no mercado acionário. Rosa defende que o teto seja de 50%.
A Previ é acionista de empresas
como Vale, Perdigão, Telemar,
Brasil Telecom e Telemig Celular
(nesta última, briga com o Opportunity pela gestão da empresa)
Em junho de 2002, a Previ sofreu intervenção do governo federal. O objetivo era alterar seu regulamento e incluir o voto de Minerva do patrocinador, o Banco
do Brasil, em caso de empate na
diretoria de seis membros.
Rosa disse que essa questão deve ser decidida a partir de uma negociação entre o banco e as associações de funcionários -cada
lado elege três diretores.
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