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BOLSAS
Ações ficaram mais baratas para os estrangeiros
Balanço de dólar na
Bovespa é positivo
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Os investidores estrangeiros voltaram a comprar ações na Bolsa de
Valores de São Paulo em fevereiro,
após fortes saídas em 98 e também
em janeiro deste ano.
Um balanço divulgado ontem
pela Bolsa mostra que nos dez primeiros dias do mês houve uma entrada líquida de R$ 257,9 milhões
de investidores internacionais.
Essa entrada líquida resultou de
compras no valor de R$ 1,15 bilhão
e vendas de R$ 890 milhões.
O retorno do capital estrangeiro
não pode ser interpretado ainda
como retomada da credibilidade
do país no exterior.
O que impulsionou o movimento foi a desvalorização do real, que,
do dia para a noite, deixou as ações
brasileiras muito baratas para o
bolso estrangeiro.
"Esse resultado mostra que a
desvalorização trouxe os preços
das ações a patamares que atraíram a atenção dos investidores internacionais, pelo menos em um
primeiro momento", diz Nicolas
Balafas, diretor de renda variável
da BNP Asset Management.
"Até US$ 62, os recibos de Telebrás atraíram muitos estrangeiros", diz Pedro Thomazoni, diretor de mercado de capitais do
Lloyds Bank. Ontem, o papel fechou a US$ 68,70 na Bovespa.
Logo que houve a desvalorização, o recibo de Telebrás chegou a
ser cotado a US$ 42,75, muito abaixo do preço em Nova York.
"Os investidores compravam a
ação aqui e vendiam lá", diz Thomazoni. No final de janeiro e início
de fevereiro, essa diferença ficou
por muitos dias em torno de US$ 2.
"Comprava-se a ação no Brasil a
US$ 60 e vendia-se a US$ 62 em
Nova York", diz Thomazoni.
Alguns optaram por comprar e
vender imediatamente. Outros
compraram e aguardaram o preço
subir para vender mais à frente no
mercado local.
Esse investidor que ingressou em
fevereiro tem um perfil muito específico: é o investidor que quer
comprar na baixa e vender na alta
para ganhar com a oscilação.
Por isso, ainda é cedo para se
pensar que o fluxo estrangeiro para a Bolsa será restabelecido.
No curto prazo, os especialistas
não descartam que haja saída de
recursos. O investidor pode querer
vender as ações que comprou na
baixa para embolsar o lucro.
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