|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LIGAÇÕES PERIGOSAS
Economista diz que não teve cuidado ao suspeitar de ação do presidente indicado ao Banco Central
Krugman pede desculpas a Armínio Fraga
de Nova York
O economista Paul Krugman, do
MIT, publicou ontem em sua página na Internet um pedido explícito
de desculpas ao presidente indicado para o Banco Central, Armínio
Fraga.
Em cinco itens (leia íntegra nesta
página), ela diz que tudo indica
que Fraga teve um comportamento correto nas últimas semanas, e
que não pode comprovar os boatos
e que ele não tem nada contra Fraga ou George Soros, o ex-patrão do
presidente indicado para o BC.
Paul Krugman escreve que "cometeu um sério erro de julgamento" e que espera não causar dificuldades para a aprovação do nome
de Fraga para o BC. O último item
da nota é um pedido pessoal de
desculpas, pela falta de cuidado
com o assunto.
Anteontem, ele já havia recuado
e dito que a acusação feita ao brasileiro baseava-se em rumores que
circulavam pelo mercado. Ontem,
ele admitiu ter agido "com falta de
cuidado".
Krugman tentou explicar que
não pretendia levantar acusações
contra o brasileiro.
Ontem mesmo, ele já havia colocado na Internet uma outra nota
"Mais sobre o caso Fraga" (em inglês, no endereço http://web.mit.edu/krugman/www/) -leia íntegra abaixo-, Krugman escreve
ser um "cidadão livre para dar suas
opiniões a quem desejar".
"Recebi informações de que o
Quantum (um dos oito fundos financeiros gerenciados por George
Soros) havia especulado pesadamente justamente antes de Fraga
ser convidado (para a presidência
do BC)", escreve Krugman.
"Conversei com Fraga e ele descreveu o melhor cenário -que seu
ex-patrão não sabia de nada até o
fato ser tornado público", relata.
Segundo Krugman, ele ficou "encantado" em ouvir a explicação de
Fraga.
Apesar de deixar claro que estava
reproduzindo informações não
comprovadas, Krugman escreveu
que não acreditava ter havido um
"tratamento injusto" no episódio.
Logo depois, no entanto, foi
acrescentado um apêndice ao artigo, em que Krugman diz estar convencido de que Fraga não fez nada
de errado ("nem eu nunca suspeitei", diz o professor) nem que o
brasileiro havia dado, mesmo que
inadvertidamente, nenhuma informação para Soros.
"Ele é um bom economista e um
bom homem", escreveu, referindo-se ao brasileiro.
Krugman afirma que não tem como provar o que escreveu. É quase
impossível comprovar se Soros
comprou títulos da dívida brasileira quando os papéis estavam em
baixa (o mercado esperava uma
moratória), ganhando dinheiro
quando eles tiveram um aumento
no valor de face (a indicação de
Fraga contribuiu para quebrar o
pessimismo do mercado).
Mesmo que Soros tenha comprado tais títulos, não significa que ele
tenha tido acesso a informações
confidenciais, afirma o economista do MIT.
Texto Anterior: Bolsas: Balanço de dólar na Bovespa é positivo Próximo Texto: Líderes falam em aprovação tranquila Índice
|