|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LUÍS NASSIF
Sinais trocados
Há sinais trocados por parte do governo, em relação à
atração de investimentos externos. Oferecem-se rentabilidade
aviltante para o capital que não
interessa -o especulativo- e sinais confusos para o capital que
interessa -o de investimentos.
Do lado financeiro, há anos o
país transformou-se no paraíso
da especulação e do ganho fácil.
O capital externo se torna decisivo quando se transforma em investimento, em geração de riqueza. O modelo, em vigor há dez
anos, beneficiou apenas o capital
especulativo. Taxas de juros
exorbitantes, livre fluxo de capitais, volatilidade cambial.
O que o capital de longo prazo
requer? Primeiro, um ambiente
favorável ao crescimento, com taxas de juros civilizadas e tributação adequada. O modelo adotado foi de juros altos e arrocho fiscal. Depois, estabilidade cambial.
O modelo levou a crises cambiais
sucessivas.
Finalmente, um ambiente de
regulação adequado. O modelo
elétrico aumentou o grau de incerteza. O mercado de capitais virou um faroeste, com o papel totalmente ausente e suspeito da
CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Agora, o último bastião do desenvolvimentismo brasileiro, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ameaça criar discriminação
entre capital nacional e externo
produtivos -e isso em um momento de queda de demanda de
investimento. Há que tocar que
as multinacionais do setor produtivo são aliadas, na luta contra
o capital gafanhoto.
E-mails
Recebo dois e-mails sobre colunas recentes:
Do presidente indicado da
CVM, Marcelo Trindade: "Apesar de afirmações absolutamente injustas sobre o atual presidente da CVM -homem de cuja probidade e retidão de conduta, inclusive como adversário,
dou o mais veemente testemunho pessoal-, ambas as colunas
(principalmente a de sábado) fizeram-me, como sempre, refletir
sobre as questões por você mencionadas e parecem-me legítimas manifestações de um ponto
de vista respeitável (ainda que
dele eu tenda a discordar)". Não
entendi, mas acato. Trindade
diz que, de fato, foi advogado de
seu adversário Luiz Cantidiano,
mas em uma ação apenas.
De Maristela Maffei, da assessoria Máquina da Notícia: "Prezado Luis Nassif, em relação à
colocação feita em sua coluna de
ontem, temos a informar que a
Máquina da Notícia, assessoria
de imprensa corporativa da AmBev, contratou um free-lance do
jornalista Mario Vianna para
entrevistar e transformar em artigos as sugestões de articulistas
que procuravam a AmBev, à
época, para manifestar o desejo
de tornar públicas suas opiniões
sobre a polêmica que envolvia o
episódio da fusão da Brahma
com a Antarctica".
"Esse fato coincidia com as solicitações dos jornais da grande
imprensa, em busca de um contraponto, ante os inúmeros artigos que chegavam às Redações
defendendo exclusivamente a
Kaiser (...). O único pagamento
relativo ao episódio foi destinado à contratação, pela Máquina
da Notícia, do jornalista, free-lance, como forma de pagamento pelo texto final ("ghost writer") dos artigos dos articulistas
que assim o desejavam."
E-mail - Luisnassif@uol.com.br
Texto Anterior: Imposto de renda/Folha - IOB Thomson Próximo Texto: Panorâmica - Tributos: Câmara aprova PIS/Cofins de importados Índice
|