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Para Telefónica, operação não acabou
ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO
O presidente mundial do grupo
espanhol Telefónica, César Alierta, afirmou ontem, em São Paulo,
que a venda da Embratel para a
ex-estatal mexicana Telmex ainda
não está definida.
A venda da Embratel para os
mexicanos, por US$ 360 milhões,
foi anunciada na segunda pela
norte-americana MCI, que havia
adquirido o controle acionário da
operadora brasileira em 1998, na
privatização do Sistema Telebrás.
A Telefónica concorreu à compra da Embratel, em associação
com as outras duas grandes concessionárias de telefonia fixa do
país, Telemar e Brasil Telecom.
Ao ser questionado sobre a decisão da MCI, Alierta disse que
não se manifestaria porque "o
processo está em andamento".
Executivos ligados ao consórcio
das teles informaram, na segunda-feira, que entrariam com ação
judicial na Corte de Falências do
Distrito Sul de Nova York (onde
corre o processo de concordata da
MCI) para tentar anular a venda.
As teles argumentam que ofereceram US$ 550 milhões pelo controle acionário da Embratel e que
a MCI teria prejudicado seus credores nos EUA e os acionistas minoritários da Embratel no Brasil
ao aceitar oferta menor.
Prioridade para AL
A Telefónica reuniu ontem, em
São Paulo, os 250 principais executivos de subsidiárias na América Latina para afirmar que a região é o foco prioritário de sua estratégia mundial de crescimento.
Há duas semanas, o grupo comprou todas as empresas de telefonia celular que a norte-americana
BellSouth possuía na América Latina. A negociação somou US$ 5,8
bilhões e envolveu 10,5 milhões de
assinantes em dez países: Argentina, Colômbia, Equador, Uruguai,
Panamá, Nicarágua, Chile, Peru,
Venezuela e Guatemala.
Alierta disse que a Telefónica fez
investimentos diretos de US$ 40
bilhões na América Latina e que o
objetivo dela é ser, "de longe, a
primeira", tanto nos países de língua espanhola quanto no Brasil.
"Não é que a Telefónica se sinta
latino-americana. Ela é latino-americana", afirmou.
O Brasil já responde por 16,94%
da receita mundial do grupo com
telefonia fixa. A tele projeta crescimento anual de 8%, até 2007,
para o mercado de telecomunicações na América Latina.
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