São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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Para Telefónica, operação não acabou

ELVIRA LOBATO
EM SÃO PAULO

O presidente mundial do grupo espanhol Telefónica, César Alierta, afirmou ontem, em São Paulo, que a venda da Embratel para a ex-estatal mexicana Telmex ainda não está definida.
A venda da Embratel para os mexicanos, por US$ 360 milhões, foi anunciada na segunda pela norte-americana MCI, que havia adquirido o controle acionário da operadora brasileira em 1998, na privatização do Sistema Telebrás.
A Telefónica concorreu à compra da Embratel, em associação com as outras duas grandes concessionárias de telefonia fixa do país, Telemar e Brasil Telecom.
Ao ser questionado sobre a decisão da MCI, Alierta disse que não se manifestaria porque "o processo está em andamento".
Executivos ligados ao consórcio das teles informaram, na segunda-feira, que entrariam com ação judicial na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York (onde corre o processo de concordata da MCI) para tentar anular a venda.
As teles argumentam que ofereceram US$ 550 milhões pelo controle acionário da Embratel e que a MCI teria prejudicado seus credores nos EUA e os acionistas minoritários da Embratel no Brasil ao aceitar oferta menor.

Prioridade para AL
A Telefónica reuniu ontem, em São Paulo, os 250 principais executivos de subsidiárias na América Latina para afirmar que a região é o foco prioritário de sua estratégia mundial de crescimento.
Há duas semanas, o grupo comprou todas as empresas de telefonia celular que a norte-americana BellSouth possuía na América Latina. A negociação somou US$ 5,8 bilhões e envolveu 10,5 milhões de assinantes em dez países: Argentina, Colômbia, Equador, Uruguai, Panamá, Nicarágua, Chile, Peru, Venezuela e Guatemala.
Alierta disse que a Telefónica fez investimentos diretos de US$ 40 bilhões na América Latina e que o objetivo dela é ser, "de longe, a primeira", tanto nos países de língua espanhola quanto no Brasil. "Não é que a Telefónica se sinta latino-americana. Ela é latino-americana", afirmou.
O Brasil já responde por 16,94% da receita mundial do grupo com telefonia fixa. A tele projeta crescimento anual de 8%, até 2007, para o mercado de telecomunicações na América Latina.


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