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GUERRA DAS CERVEJAS
Nova Schin amplia seu mercado
Schincariol vai acionar AmBev e Zeca Pagodinho judicialmente
DA REPORTAGEM LOCAL
A Schincariol anunciou ontem
que moverá ações na Justiça contra a AmBev e o cantor Zeca Pagodinho. A primeira ação, contra a
AmBev, seria por perdas e danos,
baseada no suposto aliciamento
do cantor, então garoto-propaganda da Schincariol, pela concorrente. Zeca Pagodinho teria
que responder, além de perdas e
danos, por quebra de contrato.
Desde a última semana, o cantor protagoniza um comercial da
cerveja Brahma, uma das marcas
da AmBev. Zeca fora a estrela do
lançamento da Nova Schin, da
Schincariol, em agosto do ano
passado, que sustenta manter
contrato de exclusividade com o
artista até setembro próximo.
O diretor-superintendente da
Schincariol, Adriano Schincariol,
disse que a AmBev promoveu a
veiculação da campanha com o
cantor para ""encobrir" os problemas que estaria enfrentando desde o acordo com a Interbrew.
"É uma cortina de fumaça para
desviar a atenção do que realmente interessa. O que queríamos que
aparecesse, que são as questões da
CVM [Comissão de Valores Mobiliários] e do Cade [Conselho
Administrativo de Defesa Econômica], acaba deixado de lado pela
polêmica em torno do Zeca."
O empresário fazia alusão à
queda das ações preferenciais da
AmBev, depois do anúncio do
acordo, e à admissão do co-presidente do conselho de administração da AmBev, Victório de Marchi, de que houve vazamento de
informações sobre a negociação.
O advogado da Schincariol, Vinícius Camargo Silva, disse que
nas ações pedirá indenização baseada nas perdas que a Schincariol teve com a quebra de contrato
e que o juiz estabeleça outra indenização a título de "correção".
A empresa e o advogado se negaram a divulgar os valores do
contrato com Zeca Pagodinho.
A Schincariol afirmou que recorrerá ao Cade contra o acordo
da AmBev-Interbrew. A empresa
alega que o acordo agravará a situação de virtual monopólio no
mercado interno. Para a Schincariol, a AmBev poderia usar seu
maior poder econômico para
pressionar fornecedores, o que
prejudicaria a concorrência.
Procurada pela Folha, a AmBev, por meio de sua assessoria,
informou que somente comentaria questões judiciais se de fato
houvesse o ingresso de uma ação.
Acerca do acordo com a Interbrew, a empresa informou que
procedeu de forma "transparente" e o processo tem cumprido as
normas estabelecidas pela CVM.
Pelos dados da consultoria Nielsen referentes a fevereiro divulgados ontem, a Nova Schin passou
de uma participação de 12,6% do
mercado, em janeiro, para 13%. A
Brahma recuou de 18,2% para
17,8%. A Skol (da AmBev), marca
líder, tem 30,4%.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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