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MARÉ ALTA
No ano passado, receita das 80 maiores empresas do setor subiu 17,3%
Turismo cresce mais que economia
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O turismo no Brasil cresce num
ritmo maior do que a economia
do país, revela a Pesquisa Anual
de Conjuntura Econômica do Turismo, feita pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas) divulgada ontem
pelo Ministério do Turismo.
Pelos dados do levantamento, a
receita nominal (não descontada
a inflação) das 80 maiores companhias que operam com turismo
no Brasil subiu 17,3% em 2005,
mais do que o inicialmente previsto para o ano passado (16,4%).
Para 2006, 95% das firmas esperam um novo crescimento no faturamento. Desta vez, a expectativa aponta para uma expansão
menor do que a de 2005: 14,7%.
O problema dos dados de faturamento da FGV é que não houve
o expurgo da inflação, o que impossibilita comparar com o crescimento do PIB em 2005 (de 2,3%,
já excluída a inflação) e com a expansão mundial média da indústria do turismo (5,5% em 2005).
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, disse que outros dados confirmam o bom desempenho que o turismo apresenta nos últimos três anos. Um
deles, diz, é o emprego. Foram gerados no setor 560 mil postos de
trabalho de 2003 a 2005.
Mares Guia afirmou que todos
os setores do turismo mostram
expansão, embora a indústria ainda tenha um peso menor na economia do Brasil do que no resto
do mundo.
No Brasil, o faturamento total
das 80 empresas avaliadas pela
pesquisa representa 1,5% do PIB
-ou R$ 25,6 bilhões. No mundo,
o percentual chega a 10%. Mas
crescendo acima do PIB, Guia espera uma inversão dessa situação.
Para promover o crescimento
acelerado do turismo, principalmente o doméstico, Guia aposta
todas as fichas no projeto "Vai
Brasil" a ser lançado neste semestre, programa de descontos promocionais em "momentos de baixa ocupação", definidos com critérios distintos para cada destino.
Pela pesquisa da FGV, quase todos os setores do turismo tiveram
desempenho positivo em 2005 e
perspectiva de um 2006 próspero.
A exceção é o receptivo internacional, responsável por receber os
turistas estrangeiros no país, que
espera uma queda de receita de
20% em 2006. O pessimismo tem
origem na queda do dólar, já que
a maior parte das receitas do setor
é em moeda forte. Em 2005, o dólar começou o ano em R$ 2,69,
chegou ao piso de R$ 2,16, para
encerrar o período a R$ 2,33.
As companhias aéreas faturaram 21,5% a mais em 2005. A previsão é crescer 19,2% neste ano. Já
as agências de viagem estimam
expansão de 10,1%.
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