São Paulo, sábado, 18 de março de 2006

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MARÉ ALTA

No ano passado, receita das 80 maiores empresas do setor subiu 17,3%

Turismo cresce mais que economia

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O turismo no Brasil cresce num ritmo maior do que a economia do país, revela a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgada ontem pelo Ministério do Turismo.
Pelos dados do levantamento, a receita nominal (não descontada a inflação) das 80 maiores companhias que operam com turismo no Brasil subiu 17,3% em 2005, mais do que o inicialmente previsto para o ano passado (16,4%).
Para 2006, 95% das firmas esperam um novo crescimento no faturamento. Desta vez, a expectativa aponta para uma expansão menor do que a de 2005: 14,7%.
O problema dos dados de faturamento da FGV é que não houve o expurgo da inflação, o que impossibilita comparar com o crescimento do PIB em 2005 (de 2,3%, já excluída a inflação) e com a expansão mundial média da indústria do turismo (5,5% em 2005).
O ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, disse que outros dados confirmam o bom desempenho que o turismo apresenta nos últimos três anos. Um deles, diz, é o emprego. Foram gerados no setor 560 mil postos de trabalho de 2003 a 2005.
Mares Guia afirmou que todos os setores do turismo mostram expansão, embora a indústria ainda tenha um peso menor na economia do Brasil do que no resto do mundo.
No Brasil, o faturamento total das 80 empresas avaliadas pela pesquisa representa 1,5% do PIB -ou R$ 25,6 bilhões. No mundo, o percentual chega a 10%. Mas crescendo acima do PIB, Guia espera uma inversão dessa situação.
Para promover o crescimento acelerado do turismo, principalmente o doméstico, Guia aposta todas as fichas no projeto "Vai Brasil" a ser lançado neste semestre, programa de descontos promocionais em "momentos de baixa ocupação", definidos com critérios distintos para cada destino.
Pela pesquisa da FGV, quase todos os setores do turismo tiveram desempenho positivo em 2005 e perspectiva de um 2006 próspero. A exceção é o receptivo internacional, responsável por receber os turistas estrangeiros no país, que espera uma queda de receita de 20% em 2006. O pessimismo tem origem na queda do dólar, já que a maior parte das receitas do setor é em moeda forte. Em 2005, o dólar começou o ano em R$ 2,69, chegou ao piso de R$ 2,16, para encerrar o período a R$ 2,33.
As companhias aéreas faturaram 21,5% a mais em 2005. A previsão é crescer 19,2% neste ano. Já as agências de viagem estimam expansão de 10,1%.


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