São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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Setor de eletrodomésticos sofre com queda do financiamento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

A piora nas condições de financiamento de eletrodomésticos reduziu a demanda pelos produtos nos últimos meses. O cenário ficou ainda pior com a queda de exportações para a Argentina, um importante mercado para o setor.
Após registrar um aumento de 4,5% na produção no acumulado do ano passado até setembro, o setor de linha branca sofreu queda de 9,9% no último trimestre de 2008.
No primeiro bimestre deste ano, foi registrado declínio de 12,2% na produção, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). "Esse é um segmento muito atrelado ao crédito. Por isso, sentiu de forma muito intensa a crise", afirma André Macedo, economista do instituto.
Em razão disso, os grandes varejistas, que discutiram com o governo o pacote anunciado ontem, pediram um reforço nos recursos disponíveis para as suas financeiras patrocinarem o consumidor. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo está analisando como fazê-lo.
"Somente a redução do IPI não é suficiente", ressaltou Luiza Helena Trajano, superintendente do Magazine Luiza, após a reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ontem de manhã. Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, afirmou que "gostaria muito" que a redução do imposto fosse prolongada para além dos três meses previstos no decreto que está entrando em vigor -dessa forma, não haveria uma queda abrupta das vendas quando cessasse a desoneração. "Senão, pode também haver uma volta gradual às alíquotas antigas", sugeriu.
Para implementar os preços com IPI menor, os comerciantes terão que refaturar, com os fabricantes, os produtos que estão em estoque, e prometeram baixar os preços já durante o final de semana.
O Extra, além de repassar o corte de impostos, oferecerá um bônus de 5% do valor do produto comprado para a aquisição de outros itens nas lojas e financiamento em até 15 vezes sem juros. "Considerando o efeito positivo da medida do governo e tendo em vista o Dia das Mães, que se aproxima, esperamos que as vendas cresçam de 15% a 20% nos próximos dois meses", disse Jorge Herzog, diretor-executivo do Grupo Pão de Açúcar.
Apesar do esforço, o setor deve ter queda de até 3,5% nas vendas e de 6% na produção em 2009, estima a RC Consultores. (PAULO DE ARAÚJO e DENYSE GODOY)


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