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Vendas de material de construção se recuperam
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora parcial, a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre
29 grupos de material de construção mobilizou os consumidores e em consequência a indústria do país em abril.
Ontem, o governo ampliou o
corte do imposto para mais cinco grupos de produtos: revestimentos cerâmicos, cadeados,
impermeabilizantes, registros
de gaveta e telhas de aço.
A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) confirma
que o ritmo da produção já foi
retomado, mesmo sem os números fechados do período.
"Ainda não temos o balanço
do mês, mas é inegável, conforme relata a indústria, uma retomada da produção. Os números
para este mês serão muito positivos", afirma Melvyn Fox, presidente da Abramat. A redução
do IPI desses cinco itens para
zero, anunciada ontem, foi para
a indústria mais um passo para
novas desonerações.
Antes de iniciar o ciclo de desonerações em conta-gotas, a
indústria fabricante de material de construção negociava
com o governo uma medida
universal que zeraria o IPI do
setor por dois anos.
A proposta estava embasada
em estudos da Fundação Getulio Vargas e sustentava a tese de
que a medida resultaria em
enormes benefícios econômicos, como a geração de empregos e o crescimento econômico.
Fox afirma que o governo
ainda tem receio de que novas
desonerações possam não surtir o efeito positivo na economia. "Por isso tem feito desonerações pontuais, mas esperamos ainda novos anúncios para
ampliação do corte de impostos", afirma.
Além de expandir a lista de
produtos desonerados, o setor
da construção voltou a criticar
o prazo de três meses para a vigência do benefício fiscal. Empresários argumentam que o
ciclo da construção não tem
correlação com outros, como a
compra de automóveis ou eletrodomésticos.
Cerâmica
Ausente da primeira lista de
corte do IPI, a inclusão do revestimento cerâmico no rol dos
produtos beneficiados significou alívio no setor ceramista. A
alíquota no setor caiu de 5% para zero. A parada brusca no fim
de 2008 e a indefinição em relação à inclusão dessa indústria
na desoneração fizeram com
que os estoques de cerâmica
explodissem.
"Nossos estoques, que tradicionalmente são de 25 a 30
dias, havia superado os 40 a 45
dias. Agora a situação tende a se
normalizar", disse. O país consome 650 milhões de metros
quadrados e produz, por ano,
713 milhões de m2 do produto.
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