São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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Vendas de material de construção se recuperam

AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Embora parcial, a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre 29 grupos de material de construção mobilizou os consumidores e em consequência a indústria do país em abril.
Ontem, o governo ampliou o corte do imposto para mais cinco grupos de produtos: revestimentos cerâmicos, cadeados, impermeabilizantes, registros de gaveta e telhas de aço.
A Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) confirma que o ritmo da produção já foi retomado, mesmo sem os números fechados do período.
"Ainda não temos o balanço do mês, mas é inegável, conforme relata a indústria, uma retomada da produção. Os números para este mês serão muito positivos", afirma Melvyn Fox, presidente da Abramat. A redução do IPI desses cinco itens para zero, anunciada ontem, foi para a indústria mais um passo para novas desonerações.
Antes de iniciar o ciclo de desonerações em conta-gotas, a indústria fabricante de material de construção negociava com o governo uma medida universal que zeraria o IPI do setor por dois anos.
A proposta estava embasada em estudos da Fundação Getulio Vargas e sustentava a tese de que a medida resultaria em enormes benefícios econômicos, como a geração de empregos e o crescimento econômico.
Fox afirma que o governo ainda tem receio de que novas desonerações possam não surtir o efeito positivo na economia. "Por isso tem feito desonerações pontuais, mas esperamos ainda novos anúncios para ampliação do corte de impostos", afirma.
Além de expandir a lista de produtos desonerados, o setor da construção voltou a criticar o prazo de três meses para a vigência do benefício fiscal. Empresários argumentam que o ciclo da construção não tem correlação com outros, como a compra de automóveis ou eletrodomésticos.

Cerâmica
Ausente da primeira lista de corte do IPI, a inclusão do revestimento cerâmico no rol dos produtos beneficiados significou alívio no setor ceramista. A alíquota no setor caiu de 5% para zero. A parada brusca no fim de 2008 e a indefinição em relação à inclusão dessa indústria na desoneração fizeram com que os estoques de cerâmica explodissem.
"Nossos estoques, que tradicionalmente são de 25 a 30 dias, havia superado os 40 a 45 dias. Agora a situação tende a se normalizar", disse. O país consome 650 milhões de metros quadrados e produz, por ano, 713 milhões de m2 do produto.


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