Para José Roberto Mendonça de Barros, entrada da moeda americana continuará forte mesmo que o Banco Central reduza os juros com maior intensidade

VALDO CRUZ
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O preço do dólar vai ficar abaixo de R$ 2 até o final do ano e ficará oscilando em torno desse valor em 2008. A previsão é do economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica no governo FHC.
Em sua opinião, nem uma redução maior dos juros deve fazer o real se desvalorizar nos próximos meses. "Por mais que o Banco Central abaixe os juros, ainda teremos entrada de recursos financeiros por um bocado de tempo e as exportações seguirão altas, o que significa dólar barato mesmo."
Sua consultoria, a MB Associados, prevê que o BC corte os juros em 0,50 ponto percentual nas duas próximas reuniões do Copom, retomando as reduções de 0,25 ponto em seguida.
O economista avalia que o aumento do consumo interno, na casa dos 6%, irá compensar os efeitos do dólar barato na economia, evitando prejuízos para o crescimento do PIB, que prevê ficar em 4,3% neste ano.
Em sua exposição no Fórum Nacional, na sede do BNDES no Rio, Mendonça de Barros enfatizou que o real valorizado "deixa mais claro" os elevados custos do empresário brasileiro fora da fábrica e da fazenda.
"O câmbio valorizado mostra nossa perda de competitividade por conta de infra-estrutura ineficiente e carga tributária elevada. Com dólar a R$ 2,80 o agricultor paga qualquer frete; abaixo de R$ 2, não dá mais."


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