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Para governo, exportadores já se adaptaram
Ivan Ramalho, secretário do Desenvolvimento, diz que "a maior parte dos setores se adequou ao atual nível" do câmbio
Para a CNI, embora a economia esteja crescendo mais do que o esperado, a expansão é "heterogênea
e até desbalanceada"
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O secretário-executivo do
Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, disse ontem
que "a maior parte dos setores
exportadores está adaptada e
conseguiu se adequar ao atual
nível de preço" do dólar, que fechou ontem valendo R$ 1,953.
Segundo ele, um dos indicadores dessa adaptação é o crescimento das vendas externas.
Ramalho informou que as exportações brasileiras cresceram 18% nos quatro primeiros
meses de 2007 ante igual período do ano passado, acima da
meta de 10,8% do ministério.
Representante do ministro
Miguel Jorge no Fórum Nacional promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso,
Ramalho disse que, até no caso
dos setores mais afetados com
o câmbio, como o têxtil e o calçadista, o que mais preocupa
não são as exportações, mas a
competição dos importados.
O secretário-executivo, segundo na hierarquia do ministério, afirmou que essas empresas também registram crescimento nas exportações, apesar
de não no mesmo ritmo de outros segmentos industriais.
Ele lembrou que o Brasil é o
segundo exportador de calçados do mundo, mas perde em
produção para a China. Aqui
são produzidos cerca de 800
milhões de pares por ano, e, na
China, 10 bilhões anuais.
Daí que a principal preocupação em áreas como a têxtil e a
calçadista é a competição dos
importados, tanto que o governo elevou recentemente a tarifa de importação desses tipos
de produtos para 35%, a fim de
protegê-los diante da perda de
competitividade com o câmbio.
Para compensar os efeitos do
dólar barato, Ramalho disse
que o ministro estabeleceu como uma das prioridades aumentar a exportação de produtos industriais. Um dos alvos
será o mercado chinês.
A expectativa é que a China,
que hoje importa US$ 800 bilhões por ano, passe a fazer
compras externas da ordem de
US$ 1 trilhão nos próximos três
anos. "A China é um mercado
que só vai aumentar, e não só
para commodities. Temos de
ocupar esse espaço, caso contrário outros o farão."
Dentro da estratégia, o ministério organiza missão à China em julho, quando pretende
levar um grupo de empresários
brasileiros atrás de clientes.
Também ontem, o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), deputado
Armando Monteiro Neto
(PTB-PE), reconheceu que a
economia vem crescendo "num
ritmo maior que o esperado".
O problema, segundo ele, é
que o crescimento está se dando de forma "heterogênea e até
desbalanceada". O impacto do
câmbio em ramos como os de
alimentos, pescados e automóveis foi minimizado porque a
indústria substituiu a exportação pelas vendas internas.
(VALDO CRUZ)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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