São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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Bolsa Família e mínimo elevam venda de alimentos

Faturamento real dos super e hipermercados subiu 16,1% em 2005, mais do que a média do comércio, de 10%, segundo o IBGE

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Os programas de transferência de renda do governo federal e o reajuste do salário mínimo estimularam super e hipermercados e o comércio das regiões mais atendidas pelos benefícios, revelam dados da Pesquisa Anual do Comércio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a pesquisa, o faturamento real (descontado o efeito da inflação) dos híper e supermercados subiu 16,1% de 2004 para 2005 e atingiu R$ 93,6 bilhões.
É mais do que a expansão média de 10% do comércio como um todo, cuja receita somou R$ 940,2 bilhões em 2005.
Para Eduardo Pontes, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o bom desempenho se deve em parte à expansão do Bolsa Família e seu impacto no consumo de bens não-duráveis.
Maurício Moura, economista-chefe da consultoria especializada em comércio Gouvêa de Souza, diz que o efeito do Bolsa Família foi "importante", mas ressalta também a contribuição do reajuste real de 7,6% do salário mínimo em 2005.
Pontes avalia que os programas alavancam ainda o desempenho regional do comércio das regiões mais atingidas pelos programas. Com isso, diz, a houve perda relativa de participação do Sudeste na receita do comércio -55,8% em 2000 para 54,1% em 2005.
Ganharam, por sua vez, Nordeste (de 13,2% para 13,5%), Centro Oeste (7,7% para 8,7%) e Norte (2,8% para 3,2%).
Para o economista da Gouvêa de Souza, a tendência se acentuou em 2006 e as vendas de alimentos também cresceram, beneficiadas novamente pelos programas de transferências de renda e pelo reajuste real de 13% do salário mínimo.
Moura afirma que houve uma forte expansão do número de lojas no ramo de super e hipermercados em resposta ao bom momento vivido pelo setor em 2005 e em 2006.
O cenário, diz, propiciou elevação de 19,6% do emprego no setor de 2004 para 2005. O resultado influenciou o aumento de 9,8% no número de pessoas ocupadas no comércio -bem mais do que a alta de 3,1% da ocupação naquele ano, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).


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