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Bolsa Família e mínimo elevam venda de alimentos
Faturamento real dos super e hipermercados subiu 16,1% em 2005, mais do que a média do comércio, de 10%, segundo o IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os programas de transferência de renda do governo federal
e o reajuste do salário mínimo
estimularam super e hipermercados e o comércio das regiões
mais atendidas pelos benefícios, revelam dados da Pesquisa Anual do Comércio do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a pesquisa, o faturamento real (descontado o efeito da inflação) dos híper e supermercados subiu 16,1% de
2004 para 2005 e atingiu R$
93,6 bilhões.
É mais do que a expansão
média de 10% do comércio como um todo, cuja receita somou R$ 940,2 bilhões em 2005.
Para Eduardo Pontes, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o bom
desempenho se deve em parte à
expansão do Bolsa Família e
seu impacto no consumo de
bens não-duráveis.
Maurício Moura, economista-chefe da consultoria especializada em comércio Gouvêa
de Souza, diz que o efeito do
Bolsa Família foi "importante",
mas ressalta também a contribuição do reajuste real de 7,6%
do salário mínimo em 2005.
Pontes avalia que os programas alavancam ainda o desempenho regional do comércio
das regiões mais atingidas pelos programas. Com isso, diz, a
houve perda relativa de participação do Sudeste na receita do
comércio -55,8% em 2000 para 54,1% em 2005.
Ganharam, por sua vez, Nordeste (de 13,2% para 13,5%),
Centro Oeste (7,7% para 8,7%)
e Norte (2,8% para 3,2%).
Para o economista da Gouvêa
de Souza, a tendência se acentuou em 2006 e as vendas de
alimentos também cresceram,
beneficiadas novamente pelos
programas de transferências de
renda e pelo reajuste real de
13% do salário mínimo.
Moura afirma que houve
uma forte expansão do número
de lojas no ramo de super e hipermercados em resposta ao
bom momento vivido pelo setor em 2005 e em 2006.
O cenário, diz, propiciou elevação de 19,6% do emprego no
setor de 2004 para 2005. O resultado influenciou o aumento
de 9,8% no número de pessoas
ocupadas no comércio -bem
mais do que a alta de 3,1% da
ocupação naquele ano, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios).
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