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Fisco arrecadou R$ 1,566 bi por dia entre janeiro e abril
Valor inclui a receita obtida pela Previdência; aumento real no ano é de 10,36%
Receita em quatro meses somou R$ 187,924 bilhões, puxada pelo Imposto de Renda das pessoas físicas
e sobre ganhos de capital
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre janeiro e abril deste
ano o governo federal arrecadou R$ 187,924 bilhões em tributos. O valor representa crescimento real (já descontada a
inflação) de 10,36% em relação
ao mesmo período de 2006.
Estão incluídos nesse resultado os R$ 45,712 bilhões arrecadados pela Previdência no
período. Com a criação da Super-Receita, um único órgão
responde pela cobrança de contribuições previdenciárias e tributos federais. Arrecadação
diária no ano: R$ 1,566 bilhão.
Só em abril foram recolhidos
R$ 51,051 bilhões, o que representa aumento real de 10,38%
em relação ao mesmo mês de
2006. Tanto a arrecadação de
abril como a do quadrimestre
foram recordes para os respectivos períodos.
Normalmente, a arrecadação
de abril é puxada pelo pagamento do Imposto de Renda
das pessoas físicas, pois nesse
mês vence o pagamento da primeira parcela (ou cota única)
para os contribuintes que ainda
têm imposto a pagar após a entrega da declaração. No mês
passado, a receita total do IR
somou R$ 15,114 bilhões -crescimento real de 13,6% quando
comparada a abril de 2006.
Para Carlos Alberto Barreto,
secretário-adjunto da Receita,
o avanço da economia é o principal fator que explica a maior
arrecadação. "Estamos vendo
uma resposta mais acentuada
de alguns setores, que estão
mostrando mais dinamismo."
A maior arrecadação do IPI,
por exemplo, seria um indicador da recuperação da indústria. Entre março e abril, o recolhimento desse imposto
cresceu 10,4% -já descontada
a variação do IPCA do período.
Além disso, Barreto diz que a
fiscalização mais intensa tem
ajudado a elevar a arrecadação.
O secretário cita como exemplo
o aumento no recolhimento do
IR sobre ganhos de capital referentes à venda de imóveis. Entre janeiro e abril, esse recolhimento chegou a R$ 867 milhões -R$ 408 milhões nos primeiros quatro meses de 2006.
Essa alta de 112,5%, segundo
Barreto, é conseqüência do
maior controle da Receita, que
passou a cruzar dados fornecidos por cartórios e corretoras
de imóveis com declarações do
IR para identificar contribuintes que sonegam o tributo.
Carga tributária
Apesar do aumento na arrecadação observado neste começo de ano, Barreto afirma que
ainda não é possível dizer que
esse ritmo será mantido nos
próximos meses. Ele espera
crescimento real de cerca de
5% no recolhimento de tributos ao longo de 2007 -em 2006
a expansão foi de 4%.
Maior receita, porém, não é
suficiente para que o governo
reduza a carga tributária, segundo Dênis Blum, analista da
Tendências Consultoria. Para
Blum, o governo não pode abrir
mão dessa arrecadação pois
precisa financiar seus gastos,
que têm crescido muito.
"Se fosse só a arrecadação
crescendo, seria um cenário favorável [para reduzir a carga].
Mas o gasto do governo ainda é
muito alto." Ele diz que, nos últimos 12 meses, as receitas do
Tesouro, INSS e Banco Central
cresceram 12%, enquanto as
despesas aumentaram 14%.
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