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Superpotência mira outros setores no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora estejam interessados em recursos minerais
que sirvam de insumos para
sustentar seu crescimento, a
China quer mais do Brasil.
Os chineses já estão negociando acordos nos setores
farmacêutico, alimentício e
de produção de bens duráveis de consumo, como automóveis e eletroeletrônicos.
É o que afirma Alessandro
Teixeira, presidente da
ApexBrasil, agência de estímulo aos investimentos estrangeiros no Brasil. Segundo ele, esses acordos estão
sendo fechados.
"Primeiro eles queriam
testar o mercado brasileiro
vendendo seus importados",
diz Teixeira. "Em alguns setores ainda será dessa forma.
Mas há outros em que eles
querem montar fábrica."
Isso aconteceu, por exemplo, com os veículos. Chery e
Lifan são duas das montadoras que planejam ter linhas
de produção no país.
Ainda segundo Teixeira,
gigantes chinesas de eletroeletrônicos também querem
ter fábricas no Brasil.
No ramo de informática,
há um projeto de parceria
com o Brasil para competir
com a Índia pelo mercado de
TI (Tecnologia da Informação), principalmente no desenvolvimento de softwares
(programas).
No setor alimentício, os
chineses já estão adquirindo
grandes propriedades rurais
associados a brasileiros para
garantir o fornecimento de
alimentos à China.
Na área farmacêutica, os
chineses estão mais cautelosos. A Folha apurou que eles
estudam as possibilidades
oferecidas no país para uma
possível aquisição no segmento de genéricos. Nos
EUA, eles já ganharam 10%
desse mercado.
Toma lá, dá cá
A rapidez com que os chineses avançam no Brasil se
explica, em parte, pela fórmula que atrela investimentos e linhas de crédito em
troca de incrementos nas
transações comerciais.
No Brasil, bancos chineses
liberaram US$ 10 bilhões em
financiamentos à Petrobras,
que, em troca, ficou comprometida a aumentar o fornecimento de petróleo à China
por mais oito anos. Para a Oi,
foi liberado US$ 1,3 bilhão e a
operadora passou a adquirir
mais equipamentos de telecomunicações da Huawei.
Essa é a primeira forma de
entrada dos chineses em um
país. Mas, quando existe interesse estratégico, eles oferecem investimentos diretos. É o caso do Brasil, onde
têm parceria com a Petrobras, da Venezuela e do
Equador, onde eles querem
construir uma usina hidrelétrica.
(JULIO WIZIACK)
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