São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2010

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Superpotência mira outros setores no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Embora estejam interessados em recursos minerais que sirvam de insumos para sustentar seu crescimento, a China quer mais do Brasil.
Os chineses já estão negociando acordos nos setores farmacêutico, alimentício e de produção de bens duráveis de consumo, como automóveis e eletroeletrônicos.
É o que afirma Alessandro Teixeira, presidente da ApexBrasil, agência de estímulo aos investimentos estrangeiros no Brasil. Segundo ele, esses acordos estão sendo fechados.
"Primeiro eles queriam testar o mercado brasileiro vendendo seus importados", diz Teixeira. "Em alguns setores ainda será dessa forma. Mas há outros em que eles querem montar fábrica."
Isso aconteceu, por exemplo, com os veículos. Chery e Lifan são duas das montadoras que planejam ter linhas de produção no país.
Ainda segundo Teixeira, gigantes chinesas de eletroeletrônicos também querem ter fábricas no Brasil.
No ramo de informática, há um projeto de parceria com o Brasil para competir com a Índia pelo mercado de TI (Tecnologia da Informação), principalmente no desenvolvimento de softwares (programas).
No setor alimentício, os chineses já estão adquirindo grandes propriedades rurais associados a brasileiros para garantir o fornecimento de alimentos à China.
Na área farmacêutica, os chineses estão mais cautelosos. A Folha apurou que eles estudam as possibilidades oferecidas no país para uma possível aquisição no segmento de genéricos. Nos EUA, eles já ganharam 10% desse mercado.

Toma lá, dá cá
A rapidez com que os chineses avançam no Brasil se explica, em parte, pela fórmula que atrela investimentos e linhas de crédito em troca de incrementos nas transações comerciais.
No Brasil, bancos chineses liberaram US$ 10 bilhões em financiamentos à Petrobras, que, em troca, ficou comprometida a aumentar o fornecimento de petróleo à China por mais oito anos. Para a Oi, foi liberado US$ 1,3 bilhão e a operadora passou a adquirir mais equipamentos de telecomunicações da Huawei.
Essa é a primeira forma de entrada dos chineses em um país. Mas, quando existe interesse estratégico, eles oferecem investimentos diretos. É o caso do Brasil, onde têm parceria com a Petrobras, da Venezuela e do Equador, onde eles querem construir uma usina hidrelétrica. (JULIO WIZIACK)


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