São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2010

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Euro cai para níveis de 2006; Bolsas voltam a ter perdas

Bovespa fecha em queda de 0,86%; dólar vai a R$ 1,81

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A descrença sobre a economia da Europa derrubou a cotação do euro para níveis de 2006. As Bolsas também sofreram as consequências, em sinal de que o investidor continua avesso a risco.
O euro foi negociado por US$ 1,23, ante US$ 1,25 na sexta. Em seu momento mais baixo, a moeda europeia chegou a ser cotada a US$ 1,22.
Embora vários países europeus tenham assumido o compromisso de reduzir os deficit públicos, de modo a renovar a confiança dos mercados, economistas temem que esse processo de ajustes retarde a retomada do crescimento na região.
Analistas citavam ontem outro ingrediente do pessimismo geral: o temor de que a China lance mão de medidas restritivas ao crescimento. Pequim tem repetidamente manifestado reservas quanto à formação de "bolhas" de preço, principalmente no setor imobiliário.
Pela manhã, as Bolsas europeias até chegaram a se valorizar, mas esse movimento não se sustentou. A Bolsa londrina encerrou o dia estável, enquanto Paris teve perdas de 0,47%. Na Alemanha, a Bolsa teve ganho modesto de 0,16%.
As Bolsas americanas conseguiram encerrar o dia com ganhos, ainda que moderados. A referência global dos investidores, o índice Dow Jones (Bolsa de Nova York), subiu 0,05%, enquanto o abrangente S&P teve avanço de 0,11%.
A Bovespa encerrou o dia com perdas de 0,86%. No início da tarde, as ações chegaram a ser negociadas a preços de outubro de 2009, o que atraiu ordens de compra e reduziu o tamanho da queda.
Profissionais reconhecem que os problemas da Europa preocupam, mas advertem que os mercados estão muito sensíveis a especulações e rumores.
"Há uma onda de especulações [sobre a Europa] que pode alcançar outros países", diz Edison Marcelino, gerente de operações da corretora Finabank, apontando a China como possível "alvo".
"Nós temos de lembrar que muita gente ganha dinheiro com volatilidade."
O giro de ontem na Bolsa (R$ 9,9 bilhões) foi inflado pelo vencimento de opções. Trata-se de instrumento financeiro pelo qual o investidor pode negociar um direito de compra, ou de venda, de um determinado ativo (no caso, ações), que deve ser exercido (ou não) num certo prazo.
O vencimento das opções movimentou R$ 2,4 bilhões. Não passou despercebido aos analistas que as três opções mais negociadas deste mês foram contratos de venda, o que pode ser interpretado como um sinal da pouca disposição do investidor em tomar risco.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,812, alta de 0,44%.


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