São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

SINAL FUTURO
O preço do álcool hidratado poderá ser de R$ 0,775 por litro em novembro, um pouco acima do R$ 0,765 de ontem. Esse é o valor fixado pelo mercado ontem nas negociações do novo contrato futuro de álcool que a BM&FBovespa começou a operar. "Foi um bom início, com a negociação de 79 contratos e volume financeiro de R$ 1,8 milhão", diz Fabiana Perobelli, gerente de produtos do agronegócio da Bolsa.

AJUSTE
Perobelli destaca a importância do mercado futuro, que antecipa tendências de oferta e demanda. Para julho, período de melhor produtividade e maior oferta de álcool, o litro do hidratado deverá recuar para R$ 736 por metro cúbico (R$ 0,736 por litro), conforme as negociações de ontem no mercado futuro.

QUANTO NEGOCIA
O novo contrato de hidratado da Bolsa é de 30 metros cúbicos, o correspondente à carga de um caminhão. As negociações são em reais, sem impostos, enquanto as liquidações são financeiras -sem a necessidade de entrega física de produto. A base das liquidações do contrato é a cidade de Paulínia (SP), conforme índice diário apurado pelo Cepea.

E OS PREÇOS?
As exportações de carne bovina melhoraram e a demanda interna também deve crescer devido à aceleração da economia -a previsão de crescimento do PIB vai de 6% a 7%. Essa demanda maior poderá não se transformar em elevação de preços para o pecuarista, já que os abates também dão sinais de crescimento.

O RETORNO
Os dados são do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), que já registra exportações próximas de 20 mil toneladas por mês em Mato Grosso, volume próximo do registrado antes da crise.

ACIMA DAS DE 2009
As exportações de soja até abril já superam as de igual período de 2009. Segundo a Secex, 8,76 milhões de toneladas de soja em grãos saíram pelos portos brasileiros neste ano, 4% mais do que em 2009. A tendência de alta está sendo mantida neste mês, quando as exportações superam em 13% as de maio de 2009.

A MENSAGEM
Esse cenário de crescimento das exportações indica que a China, principal importador mundial, continua necessitando de soja. Mesmo com a "safra cheia" na América do Sul e nos Estados Unidos, a demanda está aquecida e os preços apontam mais para alta do que para queda no próximos meses, "sem euforia, no entanto", diz Anderson Galvão, da consultoria Céleres.


Texto Anterior: Em alta: Mercado agora estima 5,54% de inflação
Próximo Texto: Para BC, país já tem pronta ação anticrise

Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.