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Para BC, país já tem pronta ação anticrise
Meirelles diz que Brasil tem instrumentos
para evitar reflexos da turbulência europeia
Presidente do BC está em
Nova York, onde receberá
prêmio de Personalidade do
Ano da Câmara de Comércio
Brasil-Estados Unidos
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Em Nova York nesta semana
para receber o prêmio Personalidade do Ano, da Câmara de
Comércio Brasil-EUA, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, tocou ontem o
sino que abre os trabalhos da
Bolsa em Wall Street.
Em entrevista coletiva após a
cerimônia, afirmou que o Brasil
está "analisando qualquer sinal" de que a crise econômica
na Europa "possa piorar" e voltou a garantir que o país está
"bem preparado" para reagir.
Para ele, "esta é uma semana
importante" para a situação europeia, e os brasileiros estão
"observando com muito cuidado o desenvolvimento da situação". "Vamos esperar para ver."
Questionado se o país cogita
voltar a implementar as medidas usadas contra a crise de
2008, Meirelles afirmou que
"todo o pacote está devidamente preparado".
Ele citou o "empréstimo de
reservas, a liberação dos compulsórios para a melhora da liquidez e do crédito em moeda
estrangeira e nacional, os estímulos fiscais e a ação decisiva
dos bancos públicos".
"É um pouco prematuro para
decidir alguma coisa", ressalvou. "Estamos acompanhando
com cuidado. É uma situação
séria, como os europeus têm dito, mas eles têm a expectativa
de conseguir resolver a questão
no devido tempo."
Para o presidente do Banco
Central, "é normal" que os
mercados estejam "nervosos e
voláteis", mas o Brasil tem uma
"economia saudável" e recursos -como os US$ 250 bilhões
em reservas internacionais-
para evitar o contágio da crise
na zona do euro.
Meirelles disse ainda esperar
que as "autoridades europeias,
tomando as medidas adequadas, venham a estabilizar a situação". "Trabalhamos tendo
em vista a pior hipótese, mas
esperamos pela melhor."
O conjunto de medidas estará preparado "não só agora como em qualquer crise que venha a acontecer no futuro",
afirmou Meirelles.
"Aquela crise [de 2008] foi a
pior que enfrentamos em 80
anos, e o Brasil se saiu mais forte do que entrou. Estamos preparados. Temos recursos, a
economia vai bem, o Brasil está
crescendo."
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