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CAIXA ALTA
Reajuste de salários beneficia apenas 22,72% dos funcionários, que hoje são 55 mil e cria três faixas salariais
Caixa dá aumento de até 77,5% a diretores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A diretoria da Caixa Econômica
Federal concedeu reajustes que
variam de 18,31% até 77,5 % aos
seus diretores, superintendentes e
outros cargos de comissão nos níveis gerenciais e de assessoramento. O realinhamento dos salários e
cargos do banco beneficia apenas
22,72% dos funcionários, que hoje totalizam 55 mil e cria três faixas salariais.
Um superintendente nacional
que antes recebia até R$ 8.000
passa a receber a partir de julho
na primeira faixa salarial R$
11.900. O valor da última faixa é de
R$ 14.200. Apenas nove dos 36 superintendentes nacionais ganharam reajustes de 77,5%.
Os nove diretores da Caixa, incluindo o presidente da empresa,
passam a receber a partir deste
mês entre R$ 14.200 e R$ 17.040.
A Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) afirma que a decisão de fazer
uma revisão de cargos e salários
apenas nos cargos gerenciais é injusta e acusa o banco de não fazer
o reajuste linear em todos os cargos há oito anos. De acordo com
Carlos Borges, presidente da Fenae, um funcionário que inicia
hoje no cargo mais baixo da empresa ganhando R$ 808, e não
muda de cargo, terminará a carreira ganhando R$ 1.052."Desde o
início do Plano Real tivemos perdas de 130%", diz.
José Renato Correa, diretor de
recursos humanos da Caixa, afirma que a escolha para os aumentos de salários obedeceram a nova
estrutura de classificação da empresa, que leva em conta o potencial econômico e de negócios de
cada unidade e combina essa classificação com critérios de atratividade que levam em consideração
o custo de vida, de cada região.
"Um superintendente de negócios em São Paulo ganha mais que
um em Brasília, por exemplo",
afirma o diretor.
A Caixa afirma que compensou
a falta de reajuste linear dos funcionários com abono salarial decidido em dissídio com os trabalhadores.
Segundo José Renato, em 2001 a
empresa gastou 5% da sua folha
de pagamento, avaliada em R$ 3,2
bilhões com um conjunto de benefícios que incluíam abono salarial, tíquete refeição, auxílio creche e, entre outros, plano de saúde.
(FLAVIA SANCHES)
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