São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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CAIXA ALTA

Reajuste de salários beneficia apenas 22,72% dos funcionários, que hoje são 55 mil e cria três faixas salariais

Caixa dá aumento de até 77,5% a diretores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diretoria da Caixa Econômica Federal concedeu reajustes que variam de 18,31% até 77,5 % aos seus diretores, superintendentes e outros cargos de comissão nos níveis gerenciais e de assessoramento. O realinhamento dos salários e cargos do banco beneficia apenas 22,72% dos funcionários, que hoje totalizam 55 mil e cria três faixas salariais.
Um superintendente nacional que antes recebia até R$ 8.000 passa a receber a partir de julho na primeira faixa salarial R$ 11.900. O valor da última faixa é de R$ 14.200. Apenas nove dos 36 superintendentes nacionais ganharam reajustes de 77,5%.
Os nove diretores da Caixa, incluindo o presidente da empresa, passam a receber a partir deste mês entre R$ 14.200 e R$ 17.040.
A Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae) afirma que a decisão de fazer uma revisão de cargos e salários apenas nos cargos gerenciais é injusta e acusa o banco de não fazer o reajuste linear em todos os cargos há oito anos. De acordo com Carlos Borges, presidente da Fenae, um funcionário que inicia hoje no cargo mais baixo da empresa ganhando R$ 808, e não muda de cargo, terminará a carreira ganhando R$ 1.052."Desde o início do Plano Real tivemos perdas de 130%", diz.
José Renato Correa, diretor de recursos humanos da Caixa, afirma que a escolha para os aumentos de salários obedeceram a nova estrutura de classificação da empresa, que leva em conta o potencial econômico e de negócios de cada unidade e combina essa classificação com critérios de atratividade que levam em consideração o custo de vida, de cada região. "Um superintendente de negócios em São Paulo ganha mais que um em Brasília, por exemplo", afirma o diretor.
A Caixa afirma que compensou a falta de reajuste linear dos funcionários com abono salarial decidido em dissídio com os trabalhadores.
Segundo José Renato, em 2001 a empresa gastou 5% da sua folha de pagamento, avaliada em R$ 3,2 bilhões com um conjunto de benefícios que incluíam abono salarial, tíquete refeição, auxílio creche e, entre outros, plano de saúde. (FLAVIA SANCHES)


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