São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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PETRÓLEO

País deve elevar refino ou déficit crescerá US$ 5 bi por ano a partir de 2010
Se não adotar uma estratégia para estimular o aumento da capacidade de refino de petróleo, o Brasil terá, a partir de 2010, um impacto negativo na balança comercial de US$ 5,2 bilhões por ano só com o déficit causado pela importação de derivados. Hoje, o saldo negativo é de US$ 1,4 bilhão.
Em 2010, o país poderá gastar até US$ 10 bilhões com a importação de derivados -valor quase quatro vezes maior do que os US$ 2,8 bilhões de 2001. O aumento ocorrerá porque haverá uma alta média anual de 3% no consumo de combustíveis, que terá de ser suprido exclusivamente pelo mercado externo.
Os dados fazem parte de estudo da ANP (Agência Nacional do Petróleo), elaborado pela consultoria Booz-Allen, que indica que o país precisa de, pelo menos, mais três refinarias. Cada unidade terá de processar 200 mil barris de petróleo por dia -capacidade semelhante à da Reduc (Rio).
Para estimular os investimentos, o estudo aponta medidas, já testadas em países como França e Polônia, que vão de incentivos fiscais a barreiras alfandegárias.
Segundo a ANP, a política a ser adotada pelo governo terá de ser discutida com o Congresso e representantes do setor.
Mesmo defendendo o aumento da competição, o diretor-geral da ANP, Sebastião do Rêgo Barros, descarta obrigar a Petrobras, que tem 98% do refino, a vender unidades e dividir o mercado em áreas a serem exploradas por uma só empresa.
Segundo o estudo, o Brasil precisa aumentar a capacidade de refino em 600 mil barris por dia. Para isso, são necessários investimentos de R$ 15 bilhões até 2010. O valor inclui o que a Petrobras já anunciou que gastará (US$ 9 bilhões) para ampliar a produção de algumas das suas 11 refinarias. (DA SUCURSAL DO RIO)

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