São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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Campanhas de centrais sindicais vão reunir 5 milhões de trabalhadores

DA REPORTAGEM LOCAL

CUT, Força Sindical, SDS (Social Democracia Sindical) e CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) devem reunir cerca de 5 milhões de trabalhadores nas campanhas salariais de 106 categorias profissionais do Estado de São Paulo.
Ontem, as três centrais que unificaram suas campanhas -Força, SDS e CGT- definiram que pedirão 15% de reajuste e aumento salarial para os cerca de 3,5 milhões de trabalhadores de suas bases.
Entre as categorias com data-base no segundo semestre que estão envolvidas nas campanhas estão metalúrgicos, bancários, petroleiros, aeroviários, comerciários, gráficos e químicos.
Cutistas de um lado e representantes da Força, SDS e CGT de outro têm em comum, em suas pautas, além da reposição salarial, redução da jornada de trabalho, garantia de emprego, participação nos lucros e manutenção de direitos sociais já conquistados.
Os bancários ligados à CUT, cerca de 390 mil no país, entregam hoje aos representantes da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) sua pauta de reivindicação. Os principais itens são: 13,39% de reajuste -inclui inflação de setembro de 2001 a agosto deste ano, estimada pelo ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese, produtividade e parte de inflação não-repassada aos salários entre 2000 e 2001-, garantia de emprego, participação nos lucros, entre outros pedidos.
Além de itens econômicos, também entram em debate nas campanhas deste ano temas políticos, que inclusive dividem as centrais -como a flexibilização das leis trabalhistas. CUT e CGT são contrárias à reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por entenderem que pode haver retirada de direitos trabalhistas. Força e SDS defendem mudanças na legislação em vigor para desonerar as empresas, gerar mais vagas e diminuir a informalidade.
Também serão discutidos com os trabalhadores a participação do Brasil na Alca (Área de Livre Comércio das Américas), a geração de empregos com mais investimentos no setor produtivo, a diminuição da taxa de juros, além da campanha eleitoral.
"Enquanto discutimos com os empresários os itens econômicos, vamos aproveitar para fazer uma discussão com os trabalhadores de uma pauta política que será encaminhada ao próximo governo", disse João Carlos Gonçalves, presidente interino da Força.
O sindicalista prevê que a campanha deste ano será "defensiva" em função da instabilidade econômica e de medidas já anunciadas pelas montadoras -demissões, férias coletivas e redução da jornada. "Nesse cenário recessivo, o que deve prevalecer é a luta pelo emprego", disse Gonçalves.
Força, SDS e CGT devem lançar a campanha no início do próximo mês com um protesto em São Paulo. Na CUT, serão feitos atos regionais nas 17 subsedes da central. O primeiro será no dia 10 de agosto em Presidente Prudente (SP). No final de agosto, um ato deve reunir os trabalhadores na região central de São Paulo.
"Nossa campanha terá apoio de servidores públicos municipais, estaduais e federais que, apesar de terem data-base no primeiro semestre, ainda não conseguiram encerrar suas negociações salariais", disse Carlos Ramiro de Castro, secretário da CUT. (CR)

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