|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Campanhas de centrais sindicais vão reunir 5 milhões de trabalhadores
DA REPORTAGEM LOCAL
CUT, Força Sindical, SDS (Social Democracia Sindical) e CGT
(Confederação Geral dos Trabalhadores) devem reunir cerca de 5
milhões de trabalhadores nas
campanhas salariais de 106 categorias profissionais do Estado de
São Paulo.
Ontem, as três centrais que unificaram suas campanhas -Força,
SDS e CGT- definiram que pedirão 15% de reajuste e aumento salarial para os cerca de 3,5 milhões
de trabalhadores de suas bases.
Entre as categorias com data-base no segundo semestre que estão envolvidas nas campanhas estão metalúrgicos, bancários, petroleiros, aeroviários, comerciários, gráficos e químicos.
Cutistas de um lado e representantes da Força, SDS e CGT de outro têm em comum, em suas pautas, além da reposição salarial, redução da jornada de trabalho, garantia de emprego, participação
nos lucros e manutenção de direitos sociais já conquistados.
Os bancários ligados à CUT,
cerca de 390 mil no país, entregam hoje aos representantes da
Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos) sua pauta de reivindicação. Os principais itens são:
13,39% de reajuste -inclui inflação de setembro de 2001 a agosto
deste ano, estimada pelo ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese,
produtividade e parte de inflação
não-repassada aos salários entre
2000 e 2001-, garantia de emprego, participação nos lucros, entre
outros pedidos.
Além de itens econômicos, também entram em debate nas campanhas deste ano temas políticos,
que inclusive dividem as centrais
-como a flexibilização das leis
trabalhistas. CUT e CGT são contrárias à reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) por
entenderem que pode haver retirada de direitos trabalhistas. Força e SDS defendem mudanças na
legislação em vigor para desonerar as empresas, gerar mais vagas
e diminuir a informalidade.
Também serão discutidos com
os trabalhadores a participação
do Brasil na Alca (Área de Livre
Comércio das Américas), a geração de empregos com mais investimentos no setor produtivo, a diminuição da taxa de juros, além
da campanha eleitoral.
"Enquanto discutimos com os
empresários os itens econômicos,
vamos aproveitar para fazer uma
discussão com os trabalhadores
de uma pauta política que será encaminhada ao próximo governo",
disse João Carlos Gonçalves, presidente interino da Força.
O sindicalista prevê que a campanha deste ano será "defensiva"
em função da instabilidade econômica e de medidas já anunciadas pelas montadoras -demissões, férias coletivas e redução da
jornada. "Nesse cenário recessivo,
o que deve prevalecer é a luta pelo
emprego", disse Gonçalves.
Força, SDS e CGT devem lançar
a campanha no início do próximo
mês com um protesto em São
Paulo. Na CUT, serão feitos atos
regionais nas 17 subsedes da central. O primeiro será no dia 10 de
agosto em Presidente Prudente
(SP). No final de agosto, um ato
deve reunir os trabalhadores na
região central de São Paulo.
"Nossa campanha terá apoio de
servidores públicos municipais,
estaduais e federais que, apesar de
terem data-base no primeiro semestre, ainda não conseguiram
encerrar suas negociações salariais", disse Carlos Ramiro de
Castro, secretário da CUT.
(CR)
Texto Anterior: Exportação pode reduzir tensão no setor, diz Anfavea Próximo Texto: Projeto de crescimento quer criar 120 mil empregos em SP até 2004 Índice
|