São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fed leva Bolsa a subir 1,13%; dólar recua 3,2% e vai a R$ 2,027

Bovespa chega a cair 2,37% e só se recupera no final do pregão; desvalorização da moeda dos EUA é a maior desde maio de 2006

Decisão do BC dos EUA de reduzir juros para bancos anima mercados; Nova York tem alta de 1,82%, e Londres, de 3,5% FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL


A Bolsa de Valores de São Paulo demorou para engrenar, mas acabou acompanhando a recuperação dos mercados internacionais e fechou o pregão de ontem com alta de 1,13%.
Mas a alta foi pequena para melhorar o balanço da semana: todas as 60 ações que formam o índice Ibovespa terminaram o período no vermelho. A Bolsa recuou 7,75% na semana.
O mercado abriu animado com a notícia de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) decidiu diminuir os custos dos empréstimos emergenciais que faz aos bancos.
A Bolsa de Nova York operou em alta durante todo o pregão. O índice Dow Jones chegou a subir 2,51%, mas encerrou com elevação de 1,82%. A Nasdaq subiu 2,20%. Na semana, o Dow Jones caiu 1,21%.
Com sua atuação, o Fed mostra estar atento aos riscos que a crise financeira pode representar para a economia real.
Ganhos também marcaram os pregões na Europa: 3,5% na Bolsa de Londres, 1,86% em Paris, e 1,49% em Frankfurt.
Porém ainda pode ser cedo para estimar que a recuperação de ontem indica que a crise está encontrando seu fim.
"O forte movimento recente de queda das Bolsas, causado pelo processo de diminuição de ativos mais arriscados nos portfólios mundiais, e as incertezas presentes no cenário financeiro e econômico sugerem ainda um período de alta volatilidade para as próximas semanas", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
No pregão de ontem, enquanto as Bolsas se recuperavam pelo mundo, a Bovespa não se firmava, alternando momentos de alta e de baixa. No fim da manhã, chegou a cair 2,37%. Com suas principais ações em terreno negativo, a recuperação da Bolsa só ocorreu na última hora de pregão.
A ação preferencial do Bradesco, uma das mais negociadas, teve baixa de 5,16% no pior momento do dia e terminou com alta de 1,09%. A ação PNA da Vale do Rio Doce chegou a recuar 1,78%, mas acabou por encerrar com ganhos, de 1,81%. E o papel PN da Petrobras fechou no vermelho (-1,27%), mas melhorou no fim do pregão -chegou a cair 3,02% em seu momento mais fraco.
Os papéis de maior liquidez são muito negociados pelos estrangeiros. E esse grupo de investidores tem se destacado na ponta de venda de ações brasileiras nas últimas semanas. Ontem não foi diferente na maior parte do pregão. Mas, segundo operadores, os estrangeiros compraram ações -que já sofreram importantes perdas recentemente- com um pouco mais de apetite no fim do dia.
Neste mês, até o dia 15, o saldo das operações dos estrangeiros na Bovespa está negativo em R$ 2,145 bilhões.
A alta do Ibovespa ontem veio após seis pregões seguidos de queda. Desde a piora dos mercados, no dia 24 de julho, a Bovespa amarga desvalorização de 16,33%. O Dow Jones recuou 6,20% no período.
No ano, o Ibovespa ainda acumula apreciação de 9,19%.

Câmbio
O dólar teve queda de 3,2% ontem, a maior desde maio de 2006, o que levou sua cotação a R$ 2,027. Na semana, teve alta acumulada de 3,9%. O risco-país caiu 9%, para a 208 pontos.
"Se até a reunião do Copom o problema da turbulência não estiver resolvido, o BC pode ver a inflação futura ameaçada e acabar por optar por interromper o processo de queda dos juros", diz Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments.
Os juros futuros também recuaram, mas se mantêm em patamares elevados. No contrato DI mais negociado na BM&F, que vence em 18 meses, a taxa recuou de 12,14% para 11,75% ontem. No fim de julho, o contrato apontava taxa de 10,94%.


Texto Anterior: Fed corta juros e reanima mercados globais
Próximo Texto: Tensão no mercado não chegou à economia real, diz Mantega
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.