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Pessimismo no exterior faz Bolsa de SP recuar 2,5%
Ásia desagrada a investidor;
dólar avança para R$ 1,869
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana começou com os
investidores se desfazendo de
ações pelo mundo. A Bolsa de
Valores de São Paulo sofreu depreciação de 2,51%, fazendo
evaporar boa parte dos ganhos
acumulados no mês -que passaram a ser de apenas 0,83%. A
queda de ontem foi a mais forte
desde o pregão de 22 de junho.
As perdas generalizadas de
ontem começaram na Ásia, onde a Bolsa de Tóquio recuou
3,1%, e a de Xangai, 5,8%. Aos
números do PIB (Produto Interno Bruto) do Japão, mais
fracos que as projeções, somaram-se dados que apontaram
queda nos investimento estrangeiros na China.
No mercado de câmbio internacional, o dólar se apreciou. O
mesmo ocorreu no Brasil, onde
a moeda norte-americana registrou valorização de 0,86%,
vendida a R$ 1,869. No mês, o
dólar passou a computar alta
em relação ao real, de 0,21%.
A queda das ações também
marcou Wall Street: o índice
Dow Jones perdeu 2%. A Bolsa
de Londres teve baixa de 1,46%.
"Na sexta, a queda na confiança do consumidor dos EUA
já tinha desagradado ao mercado. Isso aconteceu porque consumo fraco dificulta a recuperação da economia. Hoje [ontem] foi a vez de a Ásia desanimar os investidores", diz Newton Rosa, economista-chefe da
Sul América Investimentos.
"Não acredito que entremos
em um período de piora acentuada dos mercados financeiros. Mas o que esses últimos
dias têm sinalizado é que os
mercados talvez tivessem ido
um pouco além do que deviam,
contando com uma recuperação mais rápida e consistente
da economia", avalia.
O mal-estar com a Ásia afetou as commodities e abateu o
setor de mineração e siderurgia
na Bovespa. Na lista das cinco
maiores quedas do Ibovespa,
apareceram Usiminas ON, que
teve depreciação de 5,06%,
Gerdau PN, com recuo de
4,51%, e Vale PNA (-4,20%).
Com o petróleo em queda de
1,13%, cotado a US$ 66,75, as
ações da Petrobras não escaparam de fechar em terreno negativo. Os papéis PN da petrolífera recuaram 1,08%, e os ON caíram 1,02%.
Outro segmento fundamental para a Bolsa de Valores brasileira, o bancário, terminou
com suas ações de maior peso
em baixa. A queda de Banco do
Brasil ON ficou em 2,90%; Itaú
Unibanco PN perdeu 2,39%; e
Bradesco PN encerrou as operações com recuo de 2,82%.
Para Rosa, da Sul América
Investimentos, "o desempenho
das Bolsas mostra que deve ter
muito investidor em processo
de reavaliação e redução da exposição ao risco". Em outras
palavras, vê-se um menor apetite aos investimentos mais arriscados, como as ações.
O número de negócios realizados na Bolsa ontem superou
os 353 mil, cifra acima da média
computada no ano, que é de
309 mil. O dado ilustra o quanto o pregão foi agitado.
Nos últimos dois pregões,
operadores de corretoras notaram um aumento na venda de
ações brasileira por parte dos
investidores estrangeiros.
O estrangeiro representa hoje a categoria que mais negocia
ações na BM&FBovespa. Em
julho, chegou a responder por
38% do total negociado em pregão -um percentual recorde.
Neste mês, até o dia 12, o balanço dos negócios feitos com
capital externo na Bolsa apontava saldo positivo de R$ 1,5 bilhão. No ano, o resultado está
positivo em R$ 13,8 bilhões.
O agravamento da crise no
segundo semestre de 2008 levou os investidores externos a
fugirem da Bolsa local. No ano
passado, as operações da categoria tiveram o pior resultado
na história, com saída líquida
de R$ 24,6 bilhões.
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