São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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PANORÂMICA

'NO PÓDIO'

Taxa de juro real no Brasil é a maior do mundo pelo segundo mês seguido
A taxa de juro real brasileira -descontada a inflação- caiu de 10,3% ao ano em julho para 10,1% em agosto, mas, pelo segundo mês consecutivo, foi a mais alta do mundo, conforme pesquisa da consultoria Global Invest, incluindo 40 países.
O segundo lugar ficou novamente com a Polônia, mas a diferença de taxas entre os dois países aumentou. Em julho, a taxa real nesse país foi de 9,5% ao ano; em agosto, 8,9%. As Filipinas ficaram com a terceira posição em agosto, com juro real de 5,6% ao ano. "Nunca a diferença entre o Brasil e os demais países foi tão expressiva como em agosto", afirma Fernando Pinto Ferreira, diretor da Global.
Entre os 23 países emergentes analisados no levantamento, a taxa real média, em agosto, foi 1,9% ao ano. Entre os países desenvolvidos (17 no total), a taxa média ficou em 1,1% ao ano.
O cálculo do juro real considera a taxa de juro nominal estabelecida pelo Banco Central de cada país, acumulada nos últimos 12 meses, e desconta a inflação do período.
No caso do Brasil, a taxa nominal acumulada nos últimos 12 meses, até agosto, foi de 18,35% e a inflação (medida pelo IPCA-IBGE), de 7,46%.
Segundo análise de Ferreira, a tendência para a taxa real anual brasileira é de expressivo aumento a partir de outubro. As projeções são: setembro, 10,01%; outubro, 10,46%; novembro, 10,66%; e dezembro, 11,03%. As taxas devem subir, diz, em razão da provável queda do IPCA.
Hoje, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decide se a taxa básica da economia continua em 18% ao ano. A maioria dos analistas do mercado financeiro diz acreditar que o BC não alterará a taxa. Alguns poucos falam em redução de 0,5 ponto percentual. (DA REPORTAGEM LOCAL)

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