São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Produção das fábricas recua pela primeira vez no ano; Dow Jones cai 2% e vai ao pior nível em seis semanas

Indústria dos EUA encolhe, Bolsas tremem

DA REDAÇÃO

A indústria norte-americana voltou a encolher, em uma mostra de que o setor passa por uma frágil recuperação. A produção das fábricas, minas e usinas dos Estados Unidos recuou 0,3% no mês passado -a primeira contração desde dezembro.
A divulgação do indicador ajudou a derrubar o ânimo dos investidores, e as Bolsas caíram ao nível mais baixo das últimas seis semanas. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu 2,06% e fechou em 8.207 pontos -o pior fechamento desde 5 de agosto. A Nasdaq recuou 1,25%, e o índice Standard & Poor's 500, 1,97%.
A tensão também reflete a perspectiva de um ataque dos EUA ao Iraque. Além disso, atualmente é a temporada de publicação de balanços do segundo trimestre e de divulgação de previsões para o atual trimestre. E os informes têm sido frustrantes para os investidores. Companhias de informática, por exemplo, estimam que as vendas seguirão fracas.
Segundo relatório divulgado ontem pelo Federal Reserve (banco central norte-americano), o desaquecimento industrial se refletiu no aumento da capacidade ociosa, pela primeira vez no ano. A indústria utilizou 76% de sua capacidade em agosto, um pouco abaixo do nível de julho.
Os números do Fed confirmam o que uma série de outros indicadores já havia indicado: a maior economia do planeta, depois de uma período de instável recuperação na primeira metade do ano, sofreu nova freada.
O nível de atividade na indústria ficou aquém da expectativa dos analistas, que, em média, previam avanço de 0,2%. Em julho, havia ocorrido avanço de 0,4%.
"Houve um retrocesso. Esperamos que seja breve", disse Carl Tannenbaum, economista-chefe do LaSalle Bank. Joseph LaVorgna, economista da corretora Deutsche Bank Securities, encarou os indicadores como um balde de água fria. "É problemático. Não deveríamos estar discutindo a recuperação", disse.
Devido ao clima de insegurança, os investidores preferem aplicar em títulos do governo, considerados um investimento mais seguro. Com o excesso de procura, o rendimento dos papéis de dez anos recuou para 3,86% ao ano -o menor desde 1963.


Com agências internacionais


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